Política

Saúde lança centro de emergência para conter a epidemia de dengue

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, pediu a mobilização de estados e municípios

A ministra da Saúde, Nísia Trindade. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira 1, a criação de um Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) para combater a dengue.

A informação foi divulgada durante evento da Comissão Intergestores Tripartite, em Brasília, do qual participou a ministra Nísia Trindade.

Ela ressaltou que a medida permite atuar de forma mais ágil para organizar o sistema de saúde e ações de vigilância sanitária de forma coordenada com estados e municípios.

“É uma mensagem de mobilização nacional. De um Brasil unido contra a dengue. Um chamamento público para a união de todo o país neste momento para proteger a população e prevenir, pois sabemos que mais de 75% dos focos do mosquito se encontram nas casas”, declarou Nísia.

A chefe da pasta explicou que, desde setembro de 2023, o governo tem monitorado a situação da dengue através de uma central de operações, utilizando recursos científicos e tecnológicos para avaliar os cenários e organizar estratégias. Nísia admitiu que a dengue se tornou uma emergência em vários municípios do Sudeste e Centro-Oeste, mas destacou que a abordagem do governo abrange todo o território nacional.

“A nossa atenção para um acompanhamento nacional é fundamental”, afirmou a ministra. “Como tenho dito, a hora é de prevenir e cuidar. Dengue é uma doença para a qual o Sistema Único de Saúde (SUS) pode operar de forma eficiente e evitar mortes. Essa tem de ser a nossa tônica nesse momento”, completou.

Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo do COE é elaborar estratégias de controle e redução de casos graves e óbitos. Com o acionamento do centro, o governo passa a monitorar a situação, com ênfase em dengue e chikungunya, para orientar a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistência e controle de vetores.

Nísia também ressaltou o pioneirismo do Brasil ao disponibilizar a vacina contra a dengue pelo SUS. Ponderou, porém, que embora a vacina represente uma esperança, não pode ser vista como a solução definitiva para a crise atual. A limitação na produção pelo fabricante restringe a distribuição em larga escala, além de a vacina não ser indicada para pessoas acima de 60 anos, que estão entre as mais vulneráveis ao agravamento da doença.

“A vacina é nossa esperança para um futuro sem dengue, mas hoje não é o instrumento de maior impacto. Temos que, principalmente, prevenir e cuidar: fazer o controle dos focos do mosquito em nossas casas e cuidar de quem adoece. Contamos com todas e todos nessa campanha”, disse a ministra.

Remessa de vacinas e aplicação

A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil em 20 de janeiro. O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, tem entrega prevista para fevereiro. Além desse primeiro lote de 1,3 milhão de vacinas, o ministério adquiriu o total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou outras 9 milhões de doses.

A vacina será aplicada na população de regiões endêmicas, em 521 municípios, a partir deste mês. O processo foi organizado com órgãos representantes das Secretarias de Saúde dos estados e municípios – seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo a pasta, em 2024, o Brasil registrou 217.481 casos prováveis de dengue.

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