Saúde
MP quer que TCU investigue possibilidade de interferência ideológica na Anvisa
Subprocurador-geral cita ‘guerra política brasileira’ e diz que ‘população segue esquecida’
Um dia depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinar a interrupção dos estudos clínicos relacionados à vacina Coronavac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e pelo Instituto Butantan, o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) entrou nesta terça-feira 10 com uma representação para que a Corte investigue os critérios adotados pela Anvisa para tomar a decisão.
De acordo com o MP, o objetivo é concluir se a suspensão dos testes foi determinada de forma técnica ou se a Anvisa é afetada por influências político-ideológicas. O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado destaca que a agência possui independência, mas que, no contexto da produção de um imunizante contra a Covid-19, o Brasil nota “embaraços” provocados por uma “suposta guerra ideológica”.
“Se, de fato, isso estiver ocorrendo, a saúde da população brasileira está sendo colocada em risco para suprir anseios políticos! Já não bastasse o risco de um vírus fatal no âmago da nossa sociedade. Agora, ao que parece, a luta é contra outros vírus: a guerra política brasileira. E a população segue esquecida”, apontou Furtado.
“É certo que o Tribunal de Contas da União, quando do exame das condutas praticadas pelos gestores da coisa pública, é competente para examinar o modo pelo qual são geridos os recursos públicos e o modo como são motivadas as decisões administrativas”, completou o subprocurador-geral.
Mais cedo, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu o prazo de 48 horas para a Anvisa explicar a suspensão dos testes com a Coronavac.
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