Saúde

Aumento de mortes deve ocorrer a partir deste mês, diz epidemiologista

Para Ethel Maciel, da UFES, a realização da Copa América no Brasil pode agravar a crise sanitária que o País atravessa

Foto: Reprodução Youtube
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A epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), aponta que a realização da Copa América no Brasil pode agravar a crise sanitária que o País atravessa devido à pandemia do novo coronavírus.

No Direto?feature=oembed" frameborder="0" allowfullscreen> da Redação, boletim de notícias no canal de CartaCapital no Youtube, a especialista afirmou que o Brasil está na iminência de uma terceira onda da Covid-19.

“Já estamos vendo um aumento no número de casos e de internações. Os óbitos demoram um pouco mais e devem aparecer a partir da segunda semana de junho”, disse na noite de terça-feira 1 em entrevista exclusiva.

Na conversa, Ethel citou ainda os riscos da disseminação da variante indiana, já identificada no Brasil.

“No Reino Unido, um mês após essa variante entrar, ela se tornou dominante. Cerca de 75% dos casos de pessoas doentes já eram dessa variante. Ela é muito transmissível”, declarou.

“Outra preocupação é que a variante pode escapar do nosso sistema imunológico. Ou seja, pessoas que já tiveram Covid-19 podem ficar doentes de novo e até pessoas vacinadas podem precisar de internação”, acrescenta.

 

O cenário, que é dramático, pode piorar com o torneio intercontinental, que foi confirmado pelo presidente Jair Bolsonaro no País.

Para Ethel “é difícil pensar em uma lógica. Eu diria que é o mesmo negacionismo que estamos vivendo desde o início por parte desse governo.  É mais uma negação da pandemia e da ciência, que, a todo mundo, diz que não há condições necessárias para a realização do evento”, ressalta.

Bolsonaro chegou a comparar a Copa América com outros campeonatos.

“É um pensamento muito primário, na mesma lógica do ‘já que estamos fazendo tudo errado, por que não fazemos mais uma coisa errada? Esses torneios já foram amplamente criticados. Os campeonatos colocaram muitas pessoas em risco. Não é porque estamos fazendo uma coisa errada que devemos cometer mais um”, afirmou Ethel.

“Não estamos em uma situação segura para receber quem vem para cá e nem podemos garantir segurança”, pontua.

Assista a entrevista na íntegra:

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