Saúde

Brasil identifica o primeiro caso da variante indiana do coronavírus

A nova cepa foi identificada em um tripulante indiano a bordo de um navio atracado no litoral maranhense

Foto: Sajjad HUSSAIN/AFP
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O Brasil registrou o primeiro caso da variante indiana do coronavírus. Nesta quinta-feira 20, o secretário de Saúde do Maranhão e presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Carlos Lula, confirmou que a nova cepa foi identificada em um tripulante indiano a bordo de um navio atracado no litoral maranhense.

“A variante já estava presente em 51 países e aqui na América do Sul só estava presente na Argentina. O Brasil acaba sendo o segundo país da América do Sul com confirmação da cepa”, detalhou Lula. Neste momento, a tripulação do navio está isolada e o navio continuará ancorado.

Na última sexta-feira 14, o governo de Jair Bolsonaro publicou uma portaria que proíbe a entrada no País de passageiros estrangeiros a partir de voos originados na Índia. A gestão federal, entretanto, ignorou por dez dias a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária pela proibição dos voos, segundo o portal G1.

No final de abril, em entrevista a CartaCapital, o médico sanitarista Gonzalo Vecina, ex-diretor da Anvisa, já havia chamado a atenção para a necessidade de o Brasil controlar o fluxo nos aeroportos, a fim de atrasar a chegada de variantes como a indiana.

“Os indianos estão produzindo alguma coisa muito explosiva lá. Por que está ocorrendo aquela explosão de casos na Índia, que também é um país que não faz isolamento social e tem um presidente também negacionista? Provavelmente essa explosão se deve a uma nova variante. Parece que foi identificada uma variante que tem três transformações importantes. Quanto tempo demora para uma variante dessas chegar ao Brasil?”, questionou Vecina. “Temos um relacionamento comercial importante com a Índia. Que medidas estamos tomando para diminuir a probabilidade de circulação dessas variantes no Brasil? Nenhuma.”

“Se chegar uma variante dessas novas, teremos uma onda braba. Esta terceira onda certamente vamos ver. Infelizmente não vamos parar no platô”, completou.

Na última quarta-feira 19, a bióloga e divulgadora científica Natália Pasternak também alertou, em entrevista a CartaCapital, para os riscos envolvidos na disseminação de novas cepas do coronavírus.

“Quanto mais o vírus se multiplica, mais mutações ele sofre e maior a probabilidade de que essas mutações tragam vantagens ao vírus, para que ele se torne mais eficiente em nos infectar. Outra vantagem que ele pode ter é escapar de anticorpos, sejam de uma infecção anterior ou gerados por vacinação”, disse Pasternak.

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