Política

70% dos brasileiros apoiam vacinação infantil contra Covid-19, diz pesquisa

Levantamento indica que postura antivacina de Bolsonaro tem pouca aderência na população

Crianças sendo vacinadas em São Paulo. Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
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A grande maioria da população brasileira é a favor da vacinação infantil contra a Covid-19. Ao todo, 70% da população disse ser favorável à imunização de crianças entre 5 e 11 anos de idade, contrariando o que pregam Jair Bolsonaro (PL) e aliados. Os dados são de um novo recorte da pesquisa PoderData divulgada nesta sexta-feira 4.

No levantamento, só 23% dizem se opor à medida de proteção para esta faixa etária. 7% dos entrevistados não souberam responder. As taxas representam uma estabilidade em relação ao levantamento anterior, divulgado no início de janeiro. Novamente, a pesquisa indica que o discurso antivacina feito por Bolsonaro e seus pares negacionistas tem pouca aderência na população brasileira.

Ao todo, de acordo com dados do Painel de Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde, cerca de 2,4 milhões de crianças entre 5 e 11 anos já receberam a primeira dose do imunizante.

Vale ressaltar que, a vacinação infantil no Brasil iniciou na segunda quinzena de janeiro em meio a tentativas do governo Bolsonaro de atrasar e dificultar o processo. Antes de iniciar a imunização, por exemplo, o Ministério da Saúde, a pedido do presidente, promoveu uma confusa e pouco efetiva consulta pública sobre o tema. A compra de doses também foi tratada de forma não emergencial. Tanto Bolsonaro, quanto Marcelo Queiroga, chegaram a afirmar que as mortes infantis estariam em um patamar ‘aceitável’. O argumento foi usado para defender a morosidade para aquisição das doses.

Desde então, Bolsonaro tem feito discursos para desestimular a imunização de crianças. Tanto ele, quanto aliados, constantemente tratam de efeitos adversos causados pela vacinação infantil. O número de reações, no entanto, nunca se deu em volumes que levantassem preocupação entre as autoridades.

A internação de uma criança em São Paulo chegou a ser distorcida por Bolsonaro para defender sua tese. A relação da vacina com a condição de saúde da criança foi descartada pelas autoridades, incluindo o Ministério da Saúde. Mesmo com a comprovação de que o caso não se tratava de um efeito adverso da vacina, o ex-capitão seguiu fazendo insinuações sobre o episódio.

Bolsonaristas divididos

O grupo de apoiadores da vacinação infantil cai para 45% ao levar em conta o recorte apenas de eleitores do presidente em 2018. O volume representa um empate técnico com o grupo contrário no mesmo recorte, que soma 44%.

Já entre quem diz ter votado em Fernando Haddad (PT) no segundo turno em 2018, o volume de apoiadores da vacinação de crianças cresce para 87%. Neste caso, só 10% dizem não apoiar a medida.

Mulheres também apoiam mais a imunização infantil do que os homens. Ao todo, 76% do público feminino indicou ser a favor da medida. Entre os homens os apoiadores somam 64%.

A pesquisa entrevistou, por telefone, 3 mil pessoas e seguiu critérios que levam em conta a proporcionalidade da população. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%. O levantamento foi realizado entre os dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro e também mediu a aprovação do atual governo, bem como a intenção de votos para as eleições de outubro. Neste último caso, Lula (PT) segue com ampla vantagem, chegando a 41% das intenções de voto.

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