Política

Veja as principais MPs de Lula que perdem validade nesta semana caso não sejam votadas

Medidas assinadas no primeiro dia de governo deixam de valer na próxima quinta-feira; articulação política do Planalto tem semana importante para garantir aprovação

Veja as principais MPs de Lula que perdem validade nesta semana caso não sejam votadas
Veja as principais MPs de Lula que perdem validade nesta semana caso não sejam votadas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Ricardo Stuckert/PR
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Na próxima quinta-feira 1º de junho, um conjunto de Medidas Provisórias (MPs) importantes para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixarão de vigorar, caso não sejam votadas e aprovadas pelo Congresso Nacional. A situação força o governo federal a intensificar as negociações com os parlamentares até o próximo dia 31

Confira as principais medidas provisórias que perdem a validade nesta semana:

Organização dos ministérios

A Medida Provisória 1154/23 foi editada logo no primeiro dia do governo e definiu a organização dos ministérios. Na última quarta-feira 24, a Comissão Mista responsável pela apreciação da medida aprovou, por 15 votos a 3, o projeto do relator Isnaldo Bulhões Jr (MDB-AL) que pode afetar, pelo menos, dezessete ministérios.

O projeto aprovado afeta, principalmente, os Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, liderados por Marina Silva e Sonia Guajajara, respectivamente. 

A pasta do Meio Ambiente, por exemplo, perderia o controle da Agência Nacional das Águas (ANA) para o Ministério da Integração Nacional, e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. 

Já a demarcação de terras indígenas deixaria de ser responsabilidade da pasta dos Povos Indígenas e passaria para a alçada do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A aprovação do relatório, aliás, foi comemorada pela bancada do PT no Senado, através de publicação nas redes sociais.

O líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse que pretende “esgotar todos os esforços” até “o último instante da votação”. 

Pagamento de 50% extra no programa Auxílio Gás

Também na quinta-feira 1º, a medida que garante os pagamentos de 50% a mais no programa Auxílio Gás perderá a validade, caso não seja aprovada pelo Congresso Nacional. Trata-se da MP 1155/23, cuja última tramitação data do final de março.

Pelo calendário do governo federal, a próxima parcela do Auxílio Gás será paga entre os dias 19 e 30 de junho, o que só poderá acontecer se a medida for aprovada ou se o governo optar por sustentar o auxílio por meio da assinatura de um decreto.

Extinção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa)

A Medida Provisória 1.156/23, publicada no dia 1º de janeiro, extinguiu a Funasa e transferiu as competências do órgão para os Ministérios da Saúde e das Cidades.

No último dia 23, a Comissão Mista do Congresso aprovou o relatório de Isnaldo Bulhões, que incorporou a questão ao seu relatório sobre a organização da estrutura ministerial. 

“A Funasa passou a ter um custo muito maior do que a sua execução”, disse o deputado.

Medidas econômicas

Outras duas medidas provisórias que precisam ser votadas nesta semana tratam dos seguintes temas: a transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Fazenda para o Banco Central (BC), e a que determina que, em caso de empate nos julgamentos administrativos envolvendo a Receita Federal e os contribuintes, no âmbito do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), a Receita seja favorecida.

Sobre a última medida, ela vem sendo defendida por Fernando Haddad desde o início do ano e é importante para o governo, no sentido de buscar garantir a ampliação das receitas tributárias.

No que se refere ao Coaf, um acordo prevê que o assunto seja tratado por meio de um projeto de lei, fazendo, assim, com que a MP não seja votada e, consequentemente, caduque.

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