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Vargas Llosa, que diz preferir Bolsonaro a Lula, apoiou a extrema-direita no Chile e no Peru

‘Mesmo com as palhaçadas, Bolsonaro não é Lula’, alegou o escritor sobre as eleições brasileiras

O escritor Mario Vargas Llosa em dezembro de 2019. Foto: Orlando Estrada/AFP
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O escritor peruano Mario Vargas Llosa, ganhador do Nobel de Literatura em 2010, voltou a se manifestar a favor de um candidato de extrema-direita. Nesta quarta-feira 12, ele disse preferir a reeleição do presidente Jair Bolsonaro a um triunfo do ex-presidente Lula.

Vargas Llosa, que mora em Madrid, foi a Montevidéu participar de um evento organizado por um think-tank liberal do Uruguai. O escritor criticou atitudes de Bolsonaro, como o negacionismo na pandemia, mas endossou a candidatura do ex-capitão.

“O caso de Bolsonaro é muito difícil. As palhaçadas de Bolsonaro são muito difíceis de admitir para um liberal. Agora, entre Bolsonaro e Lula, eu prefiro Bolsonaro de imediato. Mesmo com as palhaçadas, Bolsonaro não é Lula”, discursou.

Ao afirmar que Lula “esteve preso”, Vargas Llosa também elogiou o ex-juiz Sergio Moro, reconhecido como incompetente e suspeito pelo Supremo Tribunal Federal e como parcial por um comitê da ONU.

“Eu conheci o juiz que o mandou à prisão (Moro) e me parece um homem de uma integridade absoluta, um homem absolutamente guiado por princípios de moralidade, decência e respeito às leis”, alegou o peruano. “Ele renunciou a sua candidatura à presidência, é um juiz que se atreveu a enviar Lula à cadeia. Agora parece que Lula poderia ganhar as eleições no Brasil.”

No passado, Vargas Llosa se manifestou contra regimes autoritários. Nos últimos tempos, porém, tem apoiado candidaturas de extrema-direita. No Chile, endossou em 2021 José Antonio Kast contra Gabriel Boric. No Peru, também no ano passado, defendeu no segundo turno Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, contra Pedro Castillo. Em ambos os pleitos, a extrema-direita perdeu.

Vargas Llosa também se manifestou contra a esquerda durante as eleições de 2019 na Argentina, quando apoiou Mauricio Macri, derrotado pelo peronista Alberto Fernández.

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