Política

Tribunal de Justiça de SP suspende reforma da Previdência estadual

Desembargador atendeu pedido do deputado Emídio de Souza (PT), que reclamou de falta de espaço para debates

Comissão de Constituição e Justiça da Alesp apresentou relatório sobre reforma da Previdência nesta semana. Foto: Alesp
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O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) concedeu, nesta sexta-feira 6, uma liminar que suspende a reforma da Previdência elaborada pelo governador João Doria (PSDB) e que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

A liminar foi dada pelo desembargador Alex Zilenovski. A medida atende ao pedido do deputado estadual Emídio de Souza (PT), que comemorou nas redes sociais. O parlamentar criticou a falta de espaços para discussão sobre a proposta na Assembleia.

“É uma vitória muito importante para o funcionalismo, porque mostra que essa PEC estava sendo debatida de maneira açodada. Nem na Comissão de Constituição e Justiça, da qual eu faço parte, houve qualquer debate. Houve apenas a leitura e nem o meu voto em separado eu pude apresentar”, afirmou.

Na decisão, o desembargador reconheceu que a matéria trata de “grande complexidade” em relação ao funcionalismo público estadual e defendeu que haja espaços para discussão sobre o texto, antes da sua aprovação.

“O Parlamento não é mera casa de homologação, mas de discussão e deliberação conscientes e transparentes. No caso concreto, consoante descreve o deputado estadual impetrante, vislumbra-se possível ofensa ao princípio da razoabilidade”, escreveu. “Tal procedimento, conforme havido, parece mesmo não coadunar com o livre regular exercício da nobre função legiferante.”

Para a proposta ser aprovada na Alesp, é preciso haver 57 votos favoráveis, em dois turnos, entre os 94 deputados do parlamento. Entre os principais itens do texto, estão o aumento da idade mínima, o ampliação do desconto no salário dos servidores, a mudança no cálculo para o recebimento de aposentadoria integral e a supressão do recebimento de adicional por tempo de serviço.

Na discussão em 1º turno da proposta, na quarta-feira 4, o deputado Arthur do Val (sem partido) protagonizou uma discussão com parlamentares do PT. Na ocasião, chamou os petistas de “vagabundos”. A sessão foi suspensa. Na quinta-feira 5, um grupo formado por cinco deputadas de oposição ocupou as cadeiras da mesa diretora para protestar contra a proposta.

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