Justiça

Toffoli afirma que empresários defensores de golpe após as eleições são ‘suicidas’

‘Não vai ter golpe. As Forças Armadas sabem muito bem o preço que elas pagaram quando ficaram no poder por muito tempo’, disse o ministro do STF

O ministro do STF Dias Toffoli. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, classificou nesta sexta-feira 19 como “suicidas” os empresários que defendem um golpe de Estado no Brasil em caso de vitória de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL).

Em um evento em São Paulo organizado pelo grupo Esfera Brasil, Toffoli reforçou que “atentar contra o Estado Democrático de Direito é crime”.

Trata-se de uma referência a conversas do grupo de Whatsapp “Empresários & Política” reveladas pelo Metrópoles nesta semana. Uma reportagem do veículo mostra diálogos com manifestações de teor golpista que teriam ocorrido entre empresários bolsonaristas como Luciano Hang, dono da Havan; José Isaac Peres, controlador da administradora de shoppings Multiplan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Koury, proprietário do Barra World Shopping; Ivan Wrobel, sócio da W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, dono da marca de roupas esportivas Mormaii.

“Se empresários divulgam esse tipo de posicionamento, eles são suicidas, porque não há dúvida nenhuma de que Estados Unidos, Europa e os países democráticos vão retaliar o Brasil economicamente”, afirmou Toffoli, que ressaltou não se debruçar sobre “o caso concreto”. E emendou: “Investidores vão embora, vai gerar desemprego no nosso País, vai gerar saída de capitais, vai fazer com que os nossos capitalistas mandem dinheiro para fora, porque vai ter uma desvalorização brutal da nossa moeda. Isso é loucura.”

O ministro ainda defendeu a urna eletrônica, classificada como “um exemplo” e “segura”.

“Se ficarmos nesse impasse da urna, vamos ficar alimentando ódios desnecessários. Também não adianta ficar discutindo (se) vai ter golpe ou não vai ter golpe. Não vai ter golpe. As nossas Forças Armadas são instituições que sabem muito bem o preço que elas pagaram quando ficaram no poder por muito tempo”, prosseguiu. “Quando resolveram ficar, viram que aquilo (a ditadura militar) foi um desastre para a Nação brasileira.”

Também discursaram a investidores e empresários no evento do Esfera Brasil o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP).

(Com informações da Agência O Globo)

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