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‘Toc toc’: referência irônica em posts do governo divide opiniões; Pimenta rebate críticas

Nas redes, muitos criticaram a falta de republicanismo e o desrespeito ao princípio de impessoalidade que, na letra da lei, deve reger a comunicação do governo

O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O ministro Paulo Pimenta, responsável pela Secretaria de Comunicação da Presidência, defendeu que não houve utilização política das contas governamentais nas redes sociais ao publicarem posts que satirizavam, ainda que indiretamente, operações da Polícia Federal, coincidentemente no mesmo dia em que ocorreram buscas em endereços associados ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos).

Nas redes, muitos usuários criticaram a falta de republicanismo e o desrespeito ao princípio de impessoalidade que, na letra da lei, deve reger a comunicação do governo. Também há temores de que essa entrada em uma “guerra de memes” possa reforçar narrativas de perseguição comumente associadas ao bolsonarismo.

Pimenta, por outro lado, classificou as críticas à postagem como “especulação e tentativa de tirar o foco do que é central e relevante”, conforme expressou em uma publicação no X (ex-Twitter).

“É difícil para quem raciocina em uma linguagem analógica tradicional entender o papel dos algoritmos nas ‘janelas de oportunidades e fluxos’ que a comunicação digital precisar considerar”, escreveu Pimenta. “É como se tivesse um trem em alta velocidade passando: se eu ficar na frente sou atropelado; se eu embarco junto, viajo na velocidade do trem, e levo junto a minha mensagem”.

As postagens questionadas, feitas pela Secom e pelo perfil oficial do Governo do Brasil, traziam uma mensagem incentivando a população a não temer a visita dos agentes comunitários de saúde, destacando a importância de seu trabalho no combate ao aumento de casos de dengue no país.

A imagem publicada continha uma foto de uma mão batendo à porta com a legenda “toc, toc, toc”, fazendo uma alusão às piadas nas redes sociais sobre batidas da Polícia Federal em investigações.

A piada começou nos idos de 2022, após um discurso feito no plenário da Câmara pela ex-deputada federal Joice Hasselmann, ao descrever a prisão do ex-ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro.

Noutra postagem, os canais oficiais do governo fizeram uso da expressão ‘Grande dia’, popularizada por Jair Bolsonaro como celebração pública do revés de seus adversários políticos, para anunciar o pagamento do salário mínimo reajustado.

Alvo de mandados de busca e apreensão, Carlos é investigado por suspeita de participação em um esquema de espionagem ilegal que teria sido realizado pela Abin durante o mandato de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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