Política

Temer vira conselheiro de Simone Tebet e atua para reduzir resistências à senadora no MDB

Além de defender a escolha do nome da senadora para a terceira via, ele passou a atuar como um “superconselheiro” de campanha

Simone Tebet e Temer em outro encontro de emedebistas. Foto: Divulgação MDB
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Foi no escritório do ex-presidente Michel Temer (MDB), no bairro do Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo, que a senadora Simone Tebet (MDB) deu início à “Caminhada da Esperança”, roteiro de viagens pelo Brasil para divulgar sua pré-candidatura ao Planalto e colher sugestões para o plano de governo.

Desde 27 de janeiro, o ex-presidente tornou-se figura constante nas agendas de Tebet. Além de defender a escolha do nome da senadora para a terceira via, ele passou a atuar como um “superconselheiro” de campanha — apelido dado por uma pessoa próxima à emedebista.

Um deles a senadora tem seguido à risca: não se envolver em bate-boca ou polêmicas. É o que explica, por exemplo, o distanciamento da crise do PSDB. Ou o silêncio em relação às provocações do ex-governador João Doria, que já disse não se “priorizar” como cabeça de chapa, em referência indireta a Simone, que não abriria mão de ser a pré-candidata a presidente.

Teria partido do ex-presidente a sugestão pela adoção de um perfil “moderador” na campanha à Presidência, em contraponto a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os mais bem colocados nas pesquisas. E a apresentação de um programa de governo enxuto.

O apoio de Temer à candidatura de Tebet é considerado uma conquista importante para a pré-campanha da senadora, cada vez mais perto de ser lançada candidata ao Planalto com apoio de MDB, Cidadania e PSDB. Hoje, ela tem apoio declarado de pelo menos 14 diretórios estaduais, mas precisa lidar com o movimento da ala pró-Lula, que reúne nomes como Eunício Oliveira e Renan Calheiros.

Além de ajudar a angariar apoio interno no MDB, Temer também participado de agendas da senadora com o empresariado, setor com o qual ele mantém boas relações. Nos eventos, a senadora também tem defendido o legado do ex-presidente, especialmente a reforma do Ensino Médio, que passou a ser implementada este ano.

“Uma ponte para o futuro”, plataforma política do governo Temer, também serviu de base para a discussão sobre o programa de governo de Tebet, dizem pessoas próximas a ela. Na terça, durante o seminário “Caminhos e Perspectivas – Para o Povo Negro no Brasil”, ela convidou a ex-ministra de Temer Luislinda Valois para montar o plano sobre igualdade racial.

Entusiastas da campanha de Tebet avaliam que Temer deve ter um papel restrito ao bastidor. Isso porque ele deixou a presidência com apenas 7% de aprovação, segundo o Datafolha

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