Política

Temer ressurge após crítica de Lula e diz que a queda de Dilma foi um ‘golpe de sorte’

O presidente se referiu ao emedebista como ‘golpista’ durante agenda no Uruguai

O ex-presidente Michel Temer. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O processo que derrubou Dilma Rousseff (PT) da Presidência, em 2016, voltou a servir para Michel Temer (MDB) ganhar destaque no cenário político. O emedebista se manifestou após o presidente Lula (PT) chamá-lo, nesta quarta-feira 25, de “golpista”.

Durante agenda no Uruguai ao lado do presidente Luis Lacalle Pou, Lula afirmou ter recebido um país “semidestruído” em 2003 e deixado o Brasil como a sexta maior economia do mundo ao fim de de seus dois primeiros mandatos.

“O Brasil não tinha mais fome quando deixei a Presidência e hoje temos 33 milhões de pessoas passando fome. Isso significa que tudo que fiz de política social durante 13 anos de governo foi destruído em sete anos. Três do golpista Michel Temer e quatro do governo Bolsonaro. Por isso o tema do meu governo é ‘União e Reconstrução'”, disse o petista em Montevidéu.

Foi o suficiente para Temer divulgar uma longa nota a acusar o presidente de “insistir em manter os pés no palanque e os olhos no retrovisor, agora tentando reescrever a história por meio de narrativas ideológicas”.

Ele alegou que o País “não foi vítima de golpe algum” e que Dilma teria “infringido a Constituição”. Também divulgou supostos avanços de seu governo e “recomendou” que Lula “governe olhando para a frente, defendendo a verdade, praticando a harmonia e pregando a paz”.

“Como se vê, com a nossa chegada ao governo o Brasil não sofreu um golpe institucional, foi sim ‘vítima’ de um Golpe de Sorte”, emendou.

Na segunda 23, durante compromisso em Buenos Aires, Lula já havia definido o impeachment de Dilma como um “golpe de Estado”. Ele estava ao lado do presidente da Argentina, Alberto Fernández, e do ex-presidente da Bolívia Evo Morales.

A nova etapa da polêmica ocorre cerca de um mês após a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional aprovar as contas de Dilma Rousseff em 2014 e em 2015, os dois últimos anos de seu governo.

O relatório de 2014 foi elaborado pelo senador Fabio Contarato (PT-ES), enquanto o deputado Enio Verri (PT-PR) produziu o documento de 2015. O parlamentar paranaense afirmou que a decisão do colegiado promove uma “justiça histórica” à ex-presidenta.

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