Tebet diz que recondução de Aras para o comando da PGR seria um ‘desastre’

Mandato de Augusto Aras à frente da Procuradoria-Geral da República termina em setembro; Lula deverá escolher o substituto

Foto: Marcelo Camargo/ABR

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet afirmou, nesta quarta-feira 26, que em eventual recondução de Augusto Aras ao cargo de procurador-geral da República seria “decepcionante” e um “desastre”.  

Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, na GloboNews, a ministra criticou a defesa da recondução de Aras feita por integrantes do PT. 

“Decepcionante [a defesa de aliados ao PT pela recondução de Aras]. E, se isso [a recondução] efetivamente acontecer, ao meu ver, seria um desastre”, disse. “E eu ficaria extremamente decepcionada.” 

Tebet afirmou ainda que Aras fez uma ‘gestão de subserviência’ ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

“Fala alguém que votou, em um primeiro momento, na indicação de Aras, mas votou contra a recondução dele justamente por ver que ele estava fazendo o Ministério Público, que é um órgão de fiscalização e controle da máquina pública, uma gestão de subserviência e de aceno político ao presidente de plantão”, disse.

As críticas de Simone Tebet à atuação de Aras não são recentes. No ano passado, quando foi candidata à Presidência, ela chegou a dizer que daria ‘nota zero’ para a performance do PGR. 


O mandato de Aras acaba em setembro deste ano. Uma eventual recondução aconteceria já em outubro. Quem decide é Lula, que já disse que pretende conversar com o atual PGR.

Aras ganhou acenos importantes de dentro do governo, com elogios de Jaques Wagner, líder de Lula no Senado, e de Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil. Ambos oriundos da Bahia, assim como Aras, eles defenderam a atuação do PGR, em especial, no que versa sobre a Lava Jato. 

Em 2021, Aras foi o responsável por acabar com a força-tarefa do Paraná. Nas redes sociais, o PGR tem, repetidamente, feito balanços positivos da sua gestão.

Críticos à recondução citam uma postura considerada como leniente de Aras com relação ao ex-presidente Bolsonaro, sobretudo ante os processos que pretendiam investigar a conduta e a responsabilidade do ex-capitão na condução da pandemia de Covid-19.

Desde setembro de 2019, quando assumiu o cargo, Aras encerrou mais de 70% dos pedidos de investigação que tinham como alvo o ex-presidente.

O cargo de PGR é considerado estratégico, já que cabe a ele propor investigações e processos contra autoridades com foro por prerrogativa de função, como o presidente da República, parlamentares e governadores.

Lula ainda não deu pistas sobre a sua indicação para o cargo. Há, porém, a forte indicação de que ele não pretende seguir a lista tríplice, elaborada por entidades ligadas à PGR. Entre os favoritos para chefiar o órgão, caso Aras não tenha sucesso em sua campanha, estão o subprocurador Antônio Carlos Bigonha e o subprocurador Paulo Gonet.

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