Tarcísio confirma participação em ato de Bolsonaro contra operação da PF

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou a diferentes veículos de imprensa que pretende participar do ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) contra a operação da Polícia Federal, que tem ele como um dos alvos principais. A manifestação ocorrerá no fim de fevereiro.

Tarcísio vinha sendo pressionado por bolsonaristas a demonstrar publicamente apoio ao ex-presidente, seu padrinho político. Até aqui, o governador mantinha silêncio. Após a convocação do ato, no entanto, fez seu primeiro posicionamento sobre o caso.

“Essa será uma manifestação pacífica de apoio ao [ex-]presidente, e eu vou estar ao lado do [ex-]presidente Bolsonaro, como sempre estive”, disse o político ao canal de TV CNN Brasil.

A posição externada, ainda que tímida, acalma a pressão do entorno de Bolsonaro sobre o governador. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Tarcísio também informou, via assessoria de imprensa, que estará no ato patrocinado pelo pastor Silas Malafaia.

Outro político pressionado no estado é Ricardo Nunes (MDB). Ele, até aqui, é o candidato escolhido por Bolsonaro para ser o nome da direita na disputa eleitoral pela cidade de SP. Apesar do alinhamento com o ex-capitão, Nunes ainda não comentou a operação contra o aliado. Questionado sobre a manifestação, se limitou a dizer que sua gestão foi informada do ato que ocorrerá na Paulista. Ele, porém, não confirmou a participação.

O ato convocado pelo ex-capitão busca ser uma última cartada política da extrema-direita. A intenção é reunir apoiadores na principal avenida de SP em um momento em que Bolsonaro está cercado por investigações. Na principal delas, Bolsonaro é acusado de ser o articulador de uma tentativa de golpe de Estado.

Uma minuta golpista e um discurso decretando Estado de Sítio, encontrado durante as buscas, são elementos que pesam conta o ex-capitão. Bolsonaro também foi gravado em uma reunião que, segundo a PF, revela a ‘dinâmica golpista’ instalada no governo anterior. A gravação foi um dos principais motivadores da operação Tempus Veritatis, que mirou Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores, além de militares das Forças Armadas.