Política

Sob protestos, Assembleia sergipana aprova título de cidadã para Michelle Bolsonaro

Agora, a expectativa é que Jair Bolsonaro e a esposa sejam homenageados pela Assembleia Legislativa durante uma visita ao estado, prevista para a última semana abril

(Brasília - DF, 26/09/2019) Palavras da Primeira Dama, Michelle Bolsonaro. Foto: Carolina Antunes/PR
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Sob protestos, a Assembleia Legislativa de Sergipe aprovou um título de cidadã sergipana à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nesta quarta-feira. Apenas quatro parlamentares votaram contra a honraria.

O título foi sugerido pelo deputado bolsonarista Luizão Dona Trampi (União). A proposta inicial também previa homenagear o ex-presidente Jair Bolsonaro, sob alegação de “sua contribuição para o desenvolvimento e infraestrutura” do estado.

Com a repercussão negativa, ele voltou atrás e retirou o ex-capitão do requerimento. Também pesou na decisão o fato de que Bolsonaro já possui um título de cidadania sergipana aprovado na Casa desde 2018, assim que fora eleito presidente da República.

Ao justificar a concessão do título a Michelle, Dona Trampi sustentou que ela possui “feitos notórios para a sociedade brasileira e também para a sociedade sergipana”, mas não soube detalhá-los. No documento, cita apenas os projetos sociais nos quais a ex-primeira-dama esteve envolvida.

Líder da oposição, a deputada Linda Brasil (Psol) classificou o projeto como “absurdo” e disse que conceder o título ao ex-presidente significa uma “afronta ao povo sergipano”. Além disso, propôs a derrubada da honraria concedida a Bolsonaro em 2018 – o pedido acabou rejeitado pelos deputados.

Agora, a expectativa é que Bolsonaro e sua esposa recebam o título durante uma visita ao estado, prevista para 26 e 27 de abril. A agenda faz parte do périplo que o casal tem realizado pelo País com objetivo de impulsionar candidaturas do Partido Liberal nas eleições deste ano, segundo dirigentes do partido.

Eleito na esteira da extrema-direita em 2022, Luizão Dona Trampi tem encabeçado a pauta bolsonarista na Assembleia Legislativa. Em sua última ofensiva, apresentou um projeto que proíbe a participação de crianças e adolescentes na Parada do Orgulho LGBT+, sob pena de multa de dez mil reais.

Segundo o parlamentar, o evento “se tornou local de prática de exposição do corpo, com constante imagem de nudez, simulação de atos sexuais e manifestações que resultam em intolerância religiosa”.

Além disso, como mostrou CartaCapital, o parlamentar propôs uma lei que, na prática, bane pessoas trans dos esportes. Se aprovado, o projeto institui o sexo biológico como “validador de gênero” para competições esportivas no estado.

Especialistas, contudo, avaliam que a lei é inconstitucional e fere direitos básicos previstos na Constituição Federal, além de interferir na autonomia das entidades esportivas.

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