Política

‘Se Dilma tivesse concluído o mandato, Lula teria sido eleito em 2018’, diz Bolsonaro

Em conversa com apoiadores, o ex-capitão também disse que o impeachment foi ‘um milagre’, bem como a sua vitória nas eleições presidenciais

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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Em conversa com apoiadores no cercadinho do Alvorada nesta terça-feira 7, o presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que seu mandato é resultado do impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016. Segundo disse, caso a petista não tivesse sido derrubada naquele ano, Lula (PT) teria sido o vitorioso em 2018.

“Eu acredito que se a Dilma tivesse concluído o mandato dela, o Lula teria sido presidente eleito em 2018. Ou pelo voto ou pelo [golpe, completaram os apoiadores]”, disse Bolsonaro. Na conversa, ele também disse que o impeachment foi ‘um milagre’, assim como a sua vitória na eleição dois anos depois.

O presidente também voltou a atacar as políticas dos governos pós-redemocratização, em especial o PT. “Tem pelo menos 30 anos de Paulo Freire da vida aí…Você não vê nenhum país do mundo adotando essa…os ensinamentos desse cara”, iniciou os ataques, omitindo a recente homenagem ao estudioso brasileiro em uma das principais universidades do mundo.

“Investir pesado [na Educação] não é igual a petralhada fala aí, botar dinheiro. Eu sei que o salário não é bom, dos professores, sei disso. Mas o investimento é no currículo, no conteúdo”, acrescentou, mais adiante. E emendou outra bravata: “O tipo dos livros do nosso tempo é bem diferente de hoje em dia. Hoje em dia você não aprende nada.”

Bolsonaro então voltou a dizer que não interferiu na elaboração do Enem, mas que, se pudesse, teria barrado questões da prova deste ano. Ele voltou a prometer a seus apoiadores, no entanto, que está atuando para que a prova em 2022 tenha ‘a cara do governo’.

“Alguns querem que a gente mude de uma hora pra outra, mas começa a mudança agora e no próximo Enem que vai ser nosso. Falaram que eu tentei interferir, se eu pudesse interferir, não ia ser esse tipo de Enem que tá aí, de jeito nenhum”, destacou.

Sobre o tema educação, defendeu o modelo adotado durante a Ditadura Militar e passou vários minutos atacando quem defende conteúdos como adoção de uma linguagem neutra.

Desigualdade

No mesmo dia em que um relatório internacional comprovou que o Brasil se tornou um dos países mais desiguais do mundo, Bolsonaro também usou parte do seu tempo para pregar contra programas de distribuição de renda e projetos sociais no Brasil. Para ele, o País não deve fazer programas de combate à desigualdade social, como foi o Bolsa Família.

“Ali [em Cuba] prega facilidade, né? Você não tem que distribuir renda. A palavra fácil da esquerdalha é distribuir renda. Agora distribuir renda de quem? De quem trabalhou?”, disse.

O levantamento desta terça mostrou que os 10% mais ricos no Brasil concentram quase 60% da renda de toda a renda nacional.

Sobre os problemas econômicos brasileiros, o ex-capitão voltou a minimizar a sua parcela de culpa. Novamente, atribuiu a alta da inflação e dos preços apenas à pandemia e às medidas de prevenção adotadas por governadores.

Antes de finalizar o encontro com seus eleitores, aproveitou a deixa para atacar seu ex-ministro Sergio Moro (Podemos), a quem se referiu como ‘um idiota’.

“Agora começa a discussão de todos contra um. Em vez de esses todos conversar possíveis soluções, vem um idiota agora, não falo o nome dele [e começa a imitar o Moro]: ‘comigo a economia vai ser inclusiva, sustentável e não sei o que lá’. Pô, esse cara passou um ano e pouco no meu governo e nunca abriu a boca em reunião de ministro, sempre de boca fechada. Até que aconteceu a saída…aconteceu tarde, mas aconteceu…agora ele tem solução pra tudo”, disse irritado.

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