Justiça

Sargento que transportou cocaína em avião da FAB vai a julgamento nesta terça

Manoel Silva Rodrigues foi flagrado com 37 quilos de droga durante missão internacional de Jair Bolsonaro, em 2019

Aeronaves da Força Aérea são usados para tráfico de drogas, segundo informante à PF. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O Superior Tribunal Militar marcou para a terça-feira 15 o julgamento sobre o sargento Manoel Silva Rodrigues, que foi denunciado pelo Ministério Público Militar por transportar 37 quilos de cocaína em uma aeronave da Força Aérea Brasileira em junho de 2019, durante uma viagem internacional do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O militar havia desembarcado em Sevilha e, após ser flagrado pelo raio-x do aeroporto, foi preso por autoridades da Espanha, em 25 de junho daquele ano. Cálculos periciais indicaram que a quantidade de cocaína equivalia a cerca de 6,4 milhões de reais.

Transformado em réu em janeiro de 2020, Rodrigues foi enquadrado no crime de tráfico internacional de drogas, que não está previsto no Código Penal Militar, mas foi entendido na hipótese de “crime de natureza militar por extensão”, porque o oficial é um militar em situação de atividade que “supostamente atentou contra a ordem administrativa militar”, segundo a Corte.

O segundo-sargento segue preso na Espanha. Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal cumpriu 15 mandados de busca e apreensão como parte de uma investigação que apura a prática de tráfico internacional em aeronaves da Força Aérea Brasileira. A operação leva o nome de Quinta Coluna.

Um depoente anônimo declarou à PF que militares usaram aviões e a estrutura da Força Aérea Brasileira em pelo menos 30 oportunidades para levar entorpecentes à Europa, segundo informação do portal UOL divulgada em janeiro. A rota teria sido alterada depois do escândalo do flagrante sobre Rodrigues.

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