Política

‘São cidadãos de bem’, diz Mourão sobre assessores de Bolsonaro presos por fraude em cartões de vacina

O agora senador defendeu a soltura de Mauro Cid, Max Guilherme e Sérgio Cordeiro; além da fraude, há suspeitas de envolvimento em tramas golpistas e pagamentos em dinheiro vivo sem explicações

Mourão sai em defesa de ex-auxiliares de Bolsonaro, presos por fraudes. Fotos: Reprodução
Apoie Siga-nos no

O ex-vice-presidente e atual senador, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), saiu em defesa dos assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presos por fraudes em cartões de vacinação. Pelas redes sociais, o político argumentou que Mauro Cid, Max Guilherme e Sérgio Cordeiro seriam ‘cidadãos de bem’ e por isso deveriam ser soltos. A publicação foi feita nesta segunda-feira 12.

“O Tenente Coronel Cid, o Capitão Cordeiro e os Sargentos Max Guilherme e Reis, completam hoje 41 dias na prisão pelo suposto crime de falsificação de cartões de vacina. São cidadãos de bem, pais de família com residência declarada e sem antecedentes“, disse Mourão antes de minimizar os ilícitos cometidos e passar a questionar a decisão judicial que mantém os três na cadeia.

“Quais outros cidadãos efetivamente seriam presos pelo mesmo motivo? Será que durante todos esses dias a ‘Justiça’ não conseguiu levantar as informações necessárias ao processo? Pessoas que efetivamente oferecem risco à sociedade estão sendo soltas todos os dias”, criticou o senador.

A defesa de Mourão, importante registrar, ocorre não apenas pelos aliados serem ex-assessores de Bolsonaro, mas também porque todos são, assim como Mourão, militares. Na própria publicação, o senador faz questão de dar destaque às patentes dos colegas de farda presos por falsificação de dados nos sistemas do Ministério da Saúde.

Na tentativa de minimizar a fraude, Mourão omite, porém, outras suspeitas que recaem sobre os assessores do ex-capitão. Há, por exemplo, diversas conversas com tramas golpistas envolvendo os auxiliares de Bolsonaro, em especial, Mauro Cid, principal ajudante de ordens do ex-presidente. A defesa de Mourão nas redes sociais não cita, por exemplo, a minuta de convocação do Exército para um golpe de estado encontrada recentemente no celular do braço direito do seu antigo colega de chapa.

Há também os diversos pagamentos em dinheiro vivo feitos pelo militar para Michelle Bolsonaro, que também seguem sem explicações aprofundadas. O caso é citado, até pelo próprio Cid, como uma possível rachadinha. Mourão, ao minimizar a fraude e questionar a decisão judicial, também não fez menções ao caso.

Por fim, Mourão também oculta na sua publicação o fato de que os auxiliares de Bolsonaro presos no esquema multiplicaram ganhos em viagens aos Estados Unidos. Eles acompanharam o ex-presidente durante sua estadia no país após a derrota na eleição e receberam valores bem superiores aos anos anteriores em diárias e passagens.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo