Política

Quem é Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI que apareceu em novas imagens do 8 de Janeiro

O general pediu demissão após a divulgação dos vídeos; ele será substituído interinamente por Ricardo Cappelli

Foto: Reprodução/CNN Brasil
Apoie Siga-nos no

O agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Gonçalves Dias é peça central em um conjunto de novas imagens sobre os atos golpistas de 8 de Janeiro divulgadas nesta quarta-feira 19 pela CNN Brasil. Ele pediu demissão nesta tarde.

Um dos registros mostra, por exemplo, um contato entre Dias e alguns invasores. Inicialmente, ele caminha sozinho próximo ao gabinete de Lula (PT) e depois tenta abrir uma porta. Mais tarde, é visto na sala do presidente. Minutos depois, ele já está ao lado de alguns vândalos e, segundo a emissora, teria apontado para uma porta que levaria até a saída do local. Outros integrantes do gabinete, ao lado do ministro, indicam o caminho de saída aos terroristas.

Ele afirmou nesta quarta à TV Globo ter entrado no palácio após a invasão e disse que “estava retirando as pessoas do 3º e 4º pisos, para que houvesse a prisão no 2º”. O militar ainda declarou que sua imagem ao lado de manifestantes foi tirada de contexto. “Colar na realidade a minha imagem, aquela situação momentânea que estava ali, colar minha imagem, aquele major distribuindo águas a manifestantes…. Fizeram um corte específico na produção, na produção dos vídeos que vocês olharam.”

Após a demissão, o governo Lula escolheu o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, para assumir interinamente o comando do GSI.

Gonçalves Dias, general do Exército, tem uma extensa biografia. Ele finalizou a Academia Militar das Agulhas Negras em 1975 e passou por uma série de cursos das Forças Armadas, a exemplo de Guerra na Selva, Paraquedista Militar, Mestre-de-Salto, Salto Livre e Segurança Presidencial.

Como oficial superior, comandou o 19º Batalhão de Infantaria Motorizado e desempenhou funções como as de oficial de Operações do Comando da Amazônia, chefe do Estado-Maior da 2ª Região Militar, observador militar das Nações Unidas na América Central e assessor-chefe do GSI.

O militar foi promovido a general de Brigada em 2006 e se tornou secretário de Segurança da Presidência da República. Como general de Divisão, foi Comandante da 6ª Região Militar e vice-chefe do Departamento-Geral do Pessoal do Exército. Assumiu o GSI em 1º de janeiro deste ano.

Em março, Lula decidiu retirar a Agência Brasileira de Inteligência das mãos do GSI. O órgão passou a ficar sob o guarda-chuva da Casa Civil, comandada pelo petista Rui Costa. O presidente escolheu o ex-diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Correa para chefiar a Abin e enviou a indicação ao Senado, que deverá concretizá-la.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo