Política
Quem atirou no Cid Gomes sentia-se amparado na autoridade federal, diz Dilma
O senador do PDT foi vítima de dois tiros de arma de fogo durante protesto de policiais na cidade de Sobral
A ex-presidente Dilma Rousseff se pronunciou, nesta quinta-feira 20, sobre o episódio em que o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi vítima de dois tiros de arma de fogo na cidade de Sobral, durante protesto de policiais. “Quem atirou no senador sentia-se amparado na autoridade federal que apoia a violência e a elogia. Amplia essa percepção a relação com milicianos e a defesa da liberação de armas”, afirmou Dilma.
O senador foi vítima de ferimento por dois tiros quando tentou furar um bloqueio feito por policiais que protestavam por aumento salarial. O senador pilotava uma retroescavadeira, quando tiros foram disparados na direção do veículo e quebraram seus vidros.
As reivindicações por melhoria salarial começaram ainda em dezembro do ano passado, quando alguns policiais fizeram paralisações. Por lei, a categoria é proibida de fazer greves. Este ano, em janeiro, o governo anunciou um pacote de reajustes para os soldados, porém, no dia de ser levado para votação na Assembleia Legislativa, policiais e bombeiros contestaram a proposta e pleitearam aumentos maiores.
Para Dilma, a movimentação é uma ameaça à democracia. “O perigo é que uma crise de autoridade nos estados, com policiais amotinados, armados e aterrorizando a população, vire ingrediente para uma situação propícia a aventuras e golpes. Seria uma grave ameaça à democracia, produzindo a instabilidade política que leva às ditaduras”, disse.
Leia a nota na íntegra
Repudio o atentado contra Cid Gomes. A tentativa de homicídio de um Senador da República pode levar a um ambiente de descontrole e violência não apenas no Ceará, mas no país. Policiais armados e mascarados não são grevistas, são criminosos, e como tal devem ser detidos e punidos.
Vários estados registram indisciplina e abusos nas PMs, até com o apoio de autoridades, como no RJ e SP. Quem atirou no Senador sentia-se amparado na autoridade federal que apoia a violência e a elogia. Amplia essa percepção a relação com milicianos e a defesa da liberação de armas.
O governo incentiva a intolerância num clima de permanente conflito, que se expressa no repúdio à cultura, na criminalização da educação, no extermínio dos programas sociais, na liquidação dos direitos laborais e previdenciários, na destruição da Amazônia e dos povos indígenas.
Acrescente-se ainda as manifestações favoráveis à tortura e aos torturadores e a mais descarada misoginia com que as mulheres estão sendo tratadas pelo Presidente, como demonstra seu comportamento para com a deputada Maria do Rosário e com a jornalista Patrícia Campos Mello.
O perigo é que uma crise de autoridade nos estados, com policiais amotinados, armados e aterrorizando a população, vire ingrediente para uma situação propícia a aventuras e golpes. Seria uma grave ameaça à democracia, produzindo a instabilidade política que leva às ditaduras.
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