Política

Queiroz diz que não conhecia Wassef, dono do imóvel onde foi preso: ‘Só vi o Fred pela TV’

Ao SBT, o ex-PM, acusado de operar as ‘rachadinhas’ de Flávio Bolsonaro, diz que ‘sonha’ em retomar amizade com o presidente da República

Foto: Reprodução/SBT
Apoie Siga-nos no

O ex-policial militar Fabrício Queiroz, acusado de operar o esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, disse nesta terça-feira 23 que não conhecia Frederick Wassef, advogado do presidente e dono do imóvel em Atibaia (SP) onde Queiroz foi preso, em 2020.

“Nunca vi o Fred. Só pela televisão”, afirmou Queiroz em entrevista ao SBT. “Ele é o advogado do presidente da República. Já pensou fazer essa covardia comigo e jogar a culpa no Jair Bolsonaro? Ele protegeu o presidente e, graças a Deus, protegeu a mim e à minha família.”

Queiroz relatou que tratava um câncer em São Paulo e, nesse período, se hospedava em um hotel. Devido aos custos com diárias e ao fato de seu plano de saúde não cobrir integralmente os gastos no Hospital Albert Einstein, ele alega ter sido transferido para Bragança Paulista, cidade próxima a Atibaia.

“Eu fui encaminhado para lá e o doutor Wassef cedeu o escritório dele para eu ficar cuidando da minha saúde. Sou muito grato a essa pessoa.”

Queiroz e Flávio foram denunciados pelo Ministério Público do Rio em novembro de 2020 no âmbito das “rachadinhas”. Toda a acusação gira em torno de o filho do presidente ter se apropriado do dinheiro público da remuneração de seus assessores e, depois, praticado a lavagem desses recursos por meio da organização criminosa.

Flávio está mais perto de se livrar da investigação. Em outubro, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça acolheu um recurso da defesa do senador e anulou todas as decisões tomadas pela Justiça do Rio no início do caso.

O ex-PM não comentou o mérito das acusações, mas disparou contra a prisão preventiva.

“Quanto à minha prisão ilegal, essa fraude processual, eles (promotores) pontuam a minha prisão com nada de verdadeiro. Meus advogados vão tomar providências, sim. Contra quem assinou a minha prisão, contra os promotores. Eu sou um cidadão, tenho meus direitos”, disse na entrevista. “Acredito na Justiça.”

Queiroz ainda se refere a Jair e Flávio Bolsonaro como “amigos”, embora diga não manter contato com o presidente desde que veio à tona o escândalo. “Meu sonho é voltar a ter amizade com o presidente da República.”

Ele também declarou que havia um plano para matá-lo, “como queima de arquivo”. Segundo ele, sua morte seria semelhante à do miliciano Adriano da Nóbrega, no ano passado.

“Queriam me matar, tem que ficar bem enfatizado isso, porque eu ia ser queima de arquivo para cair na conta do presidente, como aconteceu com o capitão Adriano. Aquilo foi para jogar na conta do presidente, aquilo não foi auto de resistência da polícia, aquilo ali foi execução. Eu trabalhei com ele, eu sei que se ele estivesse armado, ele matava uns 10.”

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo