PT pede cassação de Sergio Moro no TRE-PR por irregularidades em contas da campanha

Pedido protocolado tem base nos mesmos argumentos usados pelo PL para pedir o impedimento do ex-juiz

O ex-juiz Sergio Moro. Foto: Talita Giudice/Divulgação/Super Rádio Tupi

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O PT do Paraná – via Federação Brasil da Esperança, junção com PCdoB e PV – protocolou um novo pedido de cassação da candidatura de Sergio Moro (União Brasil-PR) no Tribunal Regional Eleitoral por irregularidades nas contas da campanha do ex-juiz.

O pedido tem teor semelhante ao feito pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, no início do mês. A acusação, nos dois casos, é de que Moro ignorou as contas de campanha na sua conturbada troca de partido, quando, no limite do prazo, deixou o Podemos rumo ao União Brasil.

“O Podemos, desde novembro de 2021, passou a custear a ‘carreira política’ de Moro, que, a partir dali já era pré-candidato, passou a encampar uma vasta agenda de viagens e eventos de articulação política, tudo também divulgado amplamente em suas mídias sociais”, argumenta o PT na ação. “É importante notar que, dos vídeos e postagens, Moro é acompanhado de amplo staff pessoal de assessores e auxiliares, os quais, novamente, não se tem notícia de quem são, quanto e se receberam recursos ou quem custeou suas despesas pessoais e a serviço do futuro candidato. E tudo, como se nota, a serviço de sua futura campanha eleitoral”.

O PT, no pedido, aponta ainda uma série de outras suspeitas contra Moro, que vão de caixa 2 a abuso de poder econômico. Na solicitação ao TRE pedem também que o sigilo das contas do ex-juiz seja quebrado. O pedido se estende aos suplentes.

“Os investigados, principalmente o senador eleito Sergio Moro, perpetraram diversos atos de abusos, desde a possível prática de ‘caixa dois’ e abuso de poder econômico, fatos estes que, por si só, levam à necessária e urgente apuração de suas atitudes ilícitas, até as irregularidades na prestação de contas”, argumenta a legenda. “A federação alega, ainda, que não foram apresentadas justificativas plausíveis para que o 1º suplente de Moro tenha recebido cerca de R$ 1 milhão de reais por duas empresas que é proprietário, o que pode configurar um ‘caixa dois’ de campanha”, destaca ainda a ação.

Pesa também contra o ex-juiz uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral que acatou argumentos semelhantes aos usados pelo PT do Paraná contra Moro no caso da ex-senadora Selma Arruda, que foi cassada por antecipar contratos e despesas de campanha eleitoral sem qualquer declaração à Justiça. Na ocasião, ela ficou conhecida como ‘Moro de saia’ pelo discurso lavajatista.


Em nota, o presidente do PT do Paraná, deputado estadual Arilson Chiorato, disse que a legenda, com a ação, busca respeito às normas democráticas.

“Está mais do que claro que Sergio Moro infringiu as regras eleitorais ao se eleger. O que buscamos é que as normas democráticas sejam respeitadas e que qualquer irregularidade seja punida conforme diz a Lei”, anotou Chiorato.

Moro foi eleito senador após ter sua tentativa de candidatura ao Planalto frustrada na migração de partidos. O ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro foi eleito para senador pelo Paraná com 33,5% dos votos válidos, seguido de Paulo Martins com 29%.

Além do PT e do PL, o próprio TRE-PR recomendou via nota técnica a desaprovação das contas do senador eleito em três ocasiões diferentes.

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