Política

PL vai à Justiça para cassar mandato de Moro no Senado

Ação do partido de Jair Bolsonaro favorece Paulo Martins, candidato do PL derrotado pelo ex-juiz

O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Foto: Marcos Corrêa/PR
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O PL, partido do presidente em exercício Jair Bolsonaro, entrou com ação contra Sérgio Moro (União Brasil) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, na tentativa de cassar seu mandato de senador por supostas irregularidades em gastos e doações antecipadas da campanha do ex-juiz.

As informações são do jornal O Globo.

Se confirmada, a ação pode abrir brecha para se realizar uma nova eleição no Paraná – e para que Paulo Martins, candidato do partido, possa ocupar uma vaga na Casa.

O caso corre em segredo de Justiça. Moro foi eleito para senador pelo Paraná com 33,5% dos votos válidos, seguido de Paulo Martins com 29%. 

Após a eleição, o próprio TRE-PR recomendou via nota técnica a desaprovação das contas do senador eleito. 

Segundo integrantes do partido, a medida foi feita pelo diretório estadual, em coordenação com a cúpula do PL, que é presidida por Valdemar Costa Neto.

Apesar do imbróglio, Moro tenta se filiar ao PL

Nesta quarta-feira 7, o ex-juiz tem uma reunião com Bolsonaro no Palácio do Alvorada e a ação contra ele deve ser um dos temas da conversa, além de um pedido de filiação ao PL.

Segundo o site Metrópoles, Moro deve alegar a Bolsonaro que a permanência no União Brasil ficou insustentável, diante da proximidade do partido ao governo eleito. 

No entanto, Costa Neto, presidente do partido, se recusará a filiar Moro. Ao deixar o ministério, o ex-juiz acusou Bolsonaro de interferência na Polícia Federal e acusou Valdemar Costa Neto de “mandar no governo”, e desde então ambos passaram a ser adversários.

Em relação a nova eleição, um caso semelhante ocorreu em 2019 com a senadora Selma Arruda (Podemos), que teve seu mandato cassado pelo TRE do Mato Grosso por abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos. 

A decisão foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral e a corte eleitoral determinou que uma nova eleição para senador fosse realizada no Estado, com vitória de Carlos Fávaro (PSD). 

Sobre o caso, a defesa de Moro afirmou que não teve acesso aos autos da ação, mas que tem segurança na conduta do senador eleito e na lisura das contas da campanha.

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