Política
Procurador pede que Bolsonaro seja investigado por “fantasma”
Caso envolve contratação da filha de Fabrício Queiroz. Lotada em gabinete em Brasília, a moça atuava como personal trainer no Rio
O Ministério Público do Distrito Federal encaminhou à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denúncias contra Jair Bolsonaro por suspeita de contratar funcionários fantasmas enquanto era deputado. O caso envolve Natália Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, o assessor de Flávio Bolsonaro que e suspeito de atuar como “laranja” do senador.
Lotada no gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília entre dezembro de 2016 e outubro 2018, a jovem dava expediente de personal trainer – em horário comercial – no Rio de Janeiro. O deputado atestou presença a dela em período integral, por 40 horas semanais.
Caso entenda que os indícios são fortes, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode abrir investigações por peculato (desvio de dinheiro público) e improbidade administrativa.
Na peça, o procurador Carlos Henrique Martins Lima cita outro caso envolvendo uma servidora de Bolsonaro que tramita na PGR – Walderice da Conceição, a Wal, exonerada após uma reportagem da Folha de S.Paulo mostrar que ela dava expediente em uma banca de açaí. Martins sugere que os dois casos sejam apurados em conjunto.
A ação pode tramitar na esfera cível, já que a Constituição impede que o presidente em exercício seja penalizado por atos anteriores à posse. Nesse caso, a PGR entende que ele pode ser investigado, mas não acusado formalmente no Supremo.
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“Assim, embora a sua condição de mandatário não impeça a investigação ou mesmo a sua responsabilização por improbidade administrativa, no caso em tela, recomendável o encaminhamento da presente notícia à Procuradoria-Geral da República”, argumenta o procurador na decisão.
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