Política

Preso em Brasília, Anderson Torres presta depoimento neste sábado

Ex-ministro de Bolsonaro agiu com descaso e conivência em atos golpistas, segundo entendimento do STF

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABR
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a Polícia Federal realize uma audiência de custódia com o ex-ministro Anderson Torres neste sábado 14, às 12h30, por videoconferência.

Em despacho, informa-se que a audiência será realizada no Batalhão de Aviação Operacional, no Distrito Federal, a ser presidida pelo desembargador Airton Vieira. O documento é assinado pelo próprio magistrado que preside a audiência e foi encaminhado à Polícia e à Procuradoria-Geral da República.

Torres, que foi ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), foi preso preventivamente na manhã deste sábado, por volta das 7h20, em Brasília, ao chegar dos Estados Unidos.

Às 9h33, a Polícia divulgou uma nota.

“A Polícia Federal cumpriu na manhã deste sábado (14/1) mandado de prisão preventiva, expedido pelo Supremo Tribunal Federal, em desfavor do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ele, que é policial federal, foi preso ao desembarcar  no Aeroporto de Brasília e encaminhado para a custódia, onde permanecerá à disposição da Justiça. As investigações seguem em sigilo.”

A ordem de prisão também partiu de Moraes, relator no Inquérito 4.293, que apura os atos antidemocráticos ocorridos na capital federal em 8 de janeiro. As mobilizações golpistas, contrárias ao resultado da eleição presidencial, consistiram na depredação das estruturas dos Três Poderes da República.

O ministro compreendeu que houve “descaso e conivência” por parte de Torres, que foi nomeado como secretário de Segurança Pública do governo do Distrito Federal e estava nos Estados Unidos no momento dos ataques golpistas. A decisão de Moraes foi chancelada pelos outros magistrados da Corte.

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), chegou a ser afastado do cargo por 90 dias, também por ordem do STF. O emedebista foi substituído pela vice-governadora Celina Leão (PP), que defende a inocência dele e disse que houve repasse de “informações equivocadas”.

O ex-presidente Bolsonaro, que está nos EUA, também foi incluído na investigação sobre os ataques golpistas. O inquérito vai apurar se ele cometeu incitação pública à prática de crime e se pode ser responsabilizado pelos atos.

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