Política

Política na Veia: novo programa de CartaCapital discute os riscos do 7 de Setembro; assista

Transmitido às terças no YouTube, o programa reúne o redator-chefe Sergio Lirio, o cientista político Cláudio Couto e o jornalista Luis Nassif

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Uma última marcha? Na manhã desta terça-feira 06, o presidente Jair Bolsonaro utilizou seu espaço na propaganda eleitoral para convocar fiéis apoiadores às ruas no próximo 7 de Setembro em todo o País, especialmente no Rio de Janeiro e de Brasília.

No primeiro episódio do Política na Veia, transmitido ao vivo sempre às terças-ferias, a partir das 11h, no YouTube, o redator-chefe Sergio Lirio, o cientista político Cláudio Couto e o jornalista Luis Nassif falaram sobre o que esperar das manifestações bolsonaristas.

Para Nassif, os atos do 7 de Setembro não devem ser comparados às edições anteriores. “Diferentemente do visto em 2021, temos instituições alertas. O Ministério Público do RJ pediu providências às Forças Armadas para evitar qualquer interferência política de Bolsonaro nas manifestações”, explica. “Além disso, Bolsonaro perdeu bases aliadas: não há mais todo o militarismo com o intuito de intervir no jogo político.

Nassif e Couto convergem ao pontuar que a maior prova do esvaziamento do papel das Forças Armadas na empreitada bolsonarista é a figura do general Paulo Sérgio, hoje ministro da Defesa, que levantou suspeitas sem fundamento contra o sistema eleitoral brasileiro. “Ele [Paulo Sérgio], saiu avacalhado, virou motivo de troça entre seus pares no Exército”, reforça Couto. “O que vemos é as Forças Armadas definitivamente pulando do barco”.

No entanto, pontuou Lirio a ‘imprevisibilidade’ do ex-capitão é ainda um risco a ser considerado.“Bolsonaro irá para um tudo ou nada. Ele sabe que está eleição não será fácil e busca criar um clima para contestar o resultado caso necessário. Este 7 de setembro deverá ser muito radicalizado.

A eleição ainda pode ser decidida em primeiro turno?

Na segunda parte da conversa, os três discutiram a possibilidade concreta dos votos úteis serem motor para que Lula vença ainda em 1º turno.

O cenário atual reforça a estabilidade entre os dois favoritos na disputa. Segundo o Datafolha, eleitores de Jair Bolsonaro e Lula são os mais fiéis, e aproximadamente 80% afirmam não mudar o voto.

Nas posições mais abaixo da disputa, contudo, o cenário é o extremo inverso. Entre os eleitores de Ciro, por exemplo, 53% admitem a possibilidade de migrar o voto já no primeiro turno.

Para Cláudio Couto, parte dos ditos votos úteis são explicados pelo cima de tensão, mas outros se justificam pela guinada no discurso de Ciro Gomes. “A campanha de Ciro é muito baseada em um ressentimento contra o PT. Ele achou que cresceria nas pesquisas partindo para um radicalismo no discurso, que agora flerta mais com o agro – não é exatamente Bolsonaro, mas diria que é um Ciro elevado ao Ciro”, pontua. “É dar bom dia a cavalo. Ele está criando um discurso que não condiz com a sua base eleitoral.

Ainda segundo Couto, o discurso do pedetista de tirar ‘Lula da disputa por ser o único candidato’ capaz de frear o bolsonarismo no Brasil’ mira em um alvo irreal, pois tenta colocar o ex-presidente no papel de vilão e igualá-lo a Bolsonaro.

“É uma estratégia equivocada, ele não ganha a direita nessa aproximação e queima pontes com seus eleitores da esquerda”, reforça Nassif. “Nesse rumo e em seu discurso – por vezes desconexo – Ciro acabará se tornando o tanto teme: O melhor presidente que o Brasil nunca terá”

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