Política
PGR denuncia Carla Zambelli por porte ilegal de arma de fogo
Na peça, o MPF pede que a bolsonarista perca o porte de arma e seja condenada a pagar 100 mil reais


A Procuradoria-Geral da República denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ao Supremo Tribunal Federal por porte ilegal de arma de fogo no caso da perseguição promovida pela bolsonarista contra um eleitor de Lula (PT) no centro de São Paulo, em outubro.
A denúncia foi enviada ao ministro Gilmar Mendes nesta quarta-feira 25. Nela, a vice-PGR Lindôra Araújo solicita o cancelamento do porte de arma da parlamentar e sua condenação ao pagamento de multa no valor de 100 mil reais por danos morais coletivos.
Zambelli entregou a arma à Polícia Federal, após ordem do STF, em dezembro. A Corte também autorizou uma operação de busca e apreensão em endereços ligados à bolsonarista. Durante a ação, a PF encontrou outras três pistolas.
Em 29 de outubro, véspera do segundo turno da eleição, a deputada causou espanto ao sacar uma arma em público e perseguir um homem na capital paulista. A cena foi gravada e circulou nas redes sociais.
Nas imagens, é possível ver pessoas correndo e a bolsonarista com a arma em punho, entrando em uma lanchonete e ordenando, aos gritos, que um homem negro deitasse no chão. Em outro registro, nota-se um estampido.
Procurada por CartaCapital, Zambelli afirmou que, durante o episódio, “sacou a arma pois foi dada voz de prisão à pessoa que injustamente lhe agredia”. Ainda declarou que colaborou com as investigações e apresentará sua defesa no prazo legal.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Como Bolsonaro teria pressionado o PL a questionar as urnas eletrônicas
Por André Lucena
Nova auditoria do TCU mira gastos do governo Bolsonaro com indígenas
Por Camila da Silva