Política

PF conclui inquérito que aponta delito e incitação ao crime de Bolsonaro por associar vacinas contra a Covid e Aids

O relatório final da investigação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal; a PF também indiciou o tenente coronel do Exército Mauro Cid

Segundo o site UOL, Bolsonaro passará cerca de dois meses recluso nos EUA após ser derrotado por Lula. Foto: Alan Santos/PR
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A Polícia Federal concluiu o inquérito que investiga a disseminação de notícias falsas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia e apontou o cometimento dos crimes de provocação de alarma anunciando perigo existente e incitação ao crime.

O relatório final da investigação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira 27.

No documento, a PF também indicia o ajudante de ordens do gabinete pessoal do presidente da República, tenente coronel do Exército Mauro Cid, pelos mesmos crimes. Bolsonaro, por possuir foro privilegiado, precisa ser julgado pelo STF e, por isso, não foi indiciado.

Nesse caso, caberá ao Procurador-Geral da República Augusto Aras decidir se denuncia ou não Bolsonaro pelos delitos apontados no relatório.

Durante uma live no dia 21 de outubro, o ex-capitão relacionou, de forma mentirosa, a vacinação contra a Covid-19 à infecção pelo vírus HIV, que causa a doença conhecida como Aids.

Sem apresentar provas, ele ainda alegou que “relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome de imonudeficiência adquirida muito mais rápido que o previsto”.

Na mesma transmissão, Bolsonaro também afirmou que que a maioria das vítimas da gripe espanhola não morreu pela doença, mas de pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscara. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e outras organizações ligadas à saúde já desmentiram as afirmações.

Para a delegada Lorena Lima Nascimento, que conduziu a investigação, o presidente agiu de maneira “direta, voluntária e consciente” para espalhar desinformação.

“Não se tratou de uma mera opinião, conforme defendido por Mauro Cid, mas sim de uma opinião de um chefe de Estado, propagada com base em manipulação falsa de publicações existentes nas redes sociais, opinião essa, que por ter a convicção de que atingiria um número expressivo de expectadores, intencionalmente, potencialmente promoveu alarma”, escreveu a oficial.

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