Política

Pela 2ª vez, Salles recua e deixa a corrida pelas candidaturas à prefeitura de São Paulo

A decisão vem depois de o PL, seu partido, indicar um coronel da PM como vice do atual prefeito Ricardo Nunes

(Brasília - DF, 09/02/2021) Palavras do Ministro Do Meio Ambiente, Ricardo Salles - Foto: Alan Santos/PR
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O deputado federal Ricardo Salles (PL) desistiu, pela segunda vez, de concorrer à prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano. A decisão vem depois de o partido do ex-ministro do Meio Ambiente indicar um coronel da PM como vice do emedebista Ricardo Nunes, que tenta a reeleição.

Além disso, o recuo também foi motivado pelo lançamento da pré-candidatura de Padre Kelmon na disputa pelo PRD, partido com o qual o parlamentar vinha mantendo conversas sobre uma possível filiação – para isso, ele precisaria do aval do PL, o que não aconteceu.

“Se a escolha do [ex-presidente Jair] Bolsonaro for apoiar o Nunes e indicar o vice, só me resta desistir, né. Eu não posso me contrapor a isso sendo candidato em outra chapa”, disse Salles a CartaCapital, ao mesmo em que afirmou ver com bons olhos a indicação do coronel Ricardo Mello Araújo para a chapa com o emedebista.

Ainda assim, o ex-ministro negou qualquer possibilidade de subir no palanque de Nunes ou defender a sua reeleição – Salles é um crítico ferrenho do atual prefeito, a quem acusa de não defender as pautas do bolsonarismo. “De jeito nenhum. Não há essa hipótese, até porque não faria sentido”, pontuou.

A primeira vez que o deputado sinalizou desistência foi em junho passado, logo no início das tratativas do PL com o MDB. À época, ele lançou sua empreitada pela prefeitura sem o aval do partido comandado por Valdemar Costa Neto e desagradou correligionários.

Meses depois, em outubro, Salles afirmou estar “de volta ao jogo” em meio às incertezas de que a aliança vingaria. Mas, diante das articulações, teve o nome rifado e tentou articular um acordo para sair do PL e disputar a prefeitura por outro partido, sem sucesso.

Salles ainda diz aguardar uma conversa com Bolsonaro na próxima semana. No entanto, lideranças da sigla descartam conceder uma carta de desfiliação ao parlamentar porque sua presença na campanha ajudaria a ampliar o favoritismo de Guilherme Boulos (PSOL), principal adversário de Nunes na disputa.

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