Política

Para destravar aliança PT-PSB, Alckmin atua para resolver impasse entre Haddad e França em SP

Próximo dos dois pré-candidatos, ex-governador quer acelerar a definição sobre a sua escolha como vice na chapa do ex-presidente Lula

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Foto: Evaristo Sá/AFP
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O ex-governador Geraldo Alckmin entrou em campo para tentar desatar o nó que trava a aliança entre o PT e PSB em São Paulo — e, por consequência, a definição dele como vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No estado, os dois partidos têm pré-candidatos ao Palácio dos Bandeirantes — o ex-prefeito Fernando Haddad e o ex-governador Márcio França.

Como amigo dos dois, Alckmin tem conversado com eles e prometido que estará no palanque de ambos. No entanto, ele tem pontuado que uma única candidatura é mais competitiva para superar o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), o candidato do governador João Doria (PSDB).

Um tucano próximo de Alckmin contou sob reserva que ex-governador paulista tem capitaneado esse processo para resolver o impasse. Para Alckmin, a cada dia que passa sem uma confirmação que ele será o vice, mais cresce a resistência ao nome dele dentro do PT.

— É essa indefinição que está travando a ida dele ao PSB. Mas o Alckmin é amigo dos dois. Só o tempo vai resolver isso, porque os dois (Haddad e França) têm razão: Haddad aparece melhor nas pesquisas, e França é mais forte no interior — disse Pedro Tobias, amigo do ex-tucano e ex-presidente do diretório paulista do PSDB. Tobias, no entanto, frisa que Alckmin não tem se posicionado sobre quem ele prefere apoiar ao governo, se Haddad ou França.

Procurado, Alckmin informou por meio de sua assessoria que ele só deve se pronunciar na segunda metade de fevereiro ou início de março, quando houver um acordo.

Nesse clima de indefinição, o PT e o PSB vão se reunir novamente na tarde desta quinta-feira para discutir a federação, que foi validada hoje no Supremo Tribunal Federal. O encontro também contará com a participação de dirigentes do PCdoB e do PV.

Nesta semana, o ex-governador do PSB admitiu pela primeira vez que pode ceder a candidatura em São Paulo para Haddad, mas que só deve se decidir em maio. “Quem estiver na frente é o candidato a governador, e o outro vai compor a chapa do jeito que der”, disse França, em entrevista à GloboNews. Segundo aliados, ele continua decidido a se lançar ao governo, mas desta vez está “mais propenso” a abrir mão do que há algumas semanas. Na costura do acordo, ele concorreria ao Senado.

Para aliviar a pressão em cima dele, França passou a dizer que a chapa Lula e Alckmin está “99,9% fechada” e que ela independe da candidatura em São Paulo.

— A filiação de Alckmin ao PSB não depende disso. Podemos ter duas candidaturas, sim, sem problemas — disse o ex-prefeito de Campinas e aliado de França, Jonas Donizette.

Já o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirma que quer contratar um instituto junto com o PT para fazer uma pesquisa exclusiva que terá como opção de voto apenas Haddad e França.

— Aí sim vamos ver quem tem mais chances — disse Siqueira.

Dirigentes do PT, no entanto, veem na proposta apenas uma forma de protelar mais a decisão e se recusam a realizar o estudo.

Nos levantamentos divulgados até agora, Haddad aparece melhor colocado nas intenções de voto do que França. A dirigentes do PT, Lula tem deixado claro que não vai arredar o pé da candidatura do ex-prefeito.

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