Política

PT e PSB têm nova reunião para destravar federação, em meio ao acirramento das tensões

Partidos voltam a se reunir hoje e veem otimismo com prorrogação de prazo

Fotos: Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados e PSB/Divulgação
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Em busca de resolver impasses em torno da formação de uma federação partidária, PT, PSB, PV e PCdoB voltam a se reunir hoje, em Brasília. As negociações sobre a formação da federação esbarram, principalmente, em dois pontos: o primeiro é a divergência sobre quem será o cabeça da chapa na disputa pelo governo de São Paulo e o segundo a distribuição dos postos de comando do agrupamento.

O PT propôs ficar com 27 das 50 cadeiras, enquanto o PSB teria 15 e o PC do B e o PV, quatro cada um. Os números são proporcionais às bancadas na Câmara. Entre os petistas, não há intenção de alterar a proposta de distribuição das cadeiras na reunião de hoje.

Por outro lado, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de prorrogar o prazo para a união das siglas para 31 de maio deixou mais otimistas dirigentes das siglas.

— Espero que a reunião amadureça as pontos de convergência — afirmou o deputado Paulo Teixeira (SP), secretário-geral do PT.

O PSB vive uma divisão interna sobre a aprovação da federação. A maioria dos deputados federais é a favor, assim como dois dos três governadores da legenda (Paulo Câmara e Flávio Dino). Já o ex-governador de São Paulo Márcio França, o prefeito de Recife, João Campos, e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, são contra.

— Espero que avance (a proposta). Não sou nem otimista nem pessimista (em relação à reunião). Vou em cima dos fatos. Se não melhorar, vou levar do jeito que foi aprovado para o diretório nacional decidir— afirma Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB.

O encontro acontece após uma semana em que petistas e socialistas trocaram acusações. Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, Siqueira disse que a federação teria dificuldade de ser aprovada no seu partido e cobrou reciprocidade dos petistas. Em reposta, o deputado José Guimarães (CE), um dos vice-presidentes do PT, afirmou que a legenda recebeu a fala de Siqueira com indignação e que “não aceita pito de outros partidos”. Siqueira minimiza as diferenças:

— Não passei pito em ninguém. Aquilo é um exagero dele (Guimarães), mas gosto muito dele, relevo inteiramente — afirmou.

À GloboNews, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann disse que a federação é uma “oportunidade”, mas que o PT não vai “se apequenar para tentar agradar”.

Se aprovada a federação, o agrupamento só poderá ter um candidato por estado. Em São Paulo, o PSB quer lançar o ex-governador Márcio França e o PT, o ex-prefeito Fernando Haddad. A proposta de França de contratar uma pesquisa em maio só com os dois nomes para decidir quem irá às urnas é rechaçada por petistas. Ontem, em entrevista a uma rádio pernambucana, Lula defendeu que Haddad deve ser candidato:

— Acho que haverá compreensão do PSB e de outros partidos políticos — disse.

Horas depois, França foi ao Twitter reafirmar sua candidatura e escreveu que “foguete não tem ré”.

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