Justiça

Os alertas da futura presidente do TSE no julgamento que salvou Moro

Cármen Lúcia substituirá Alexandre de Moraes e estará à frente da Corte nas eleições municipais

Os alertas da futura presidente do TSE no julgamento que salvou Moro
Os alertas da futura presidente do TSE no julgamento que salvou Moro
Os ministros do TSE Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. Foto: Luiz Roberto/Secom/TSE
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A ministra Cármen Lúcia, que assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral no início de junho, votou na terça-feira 21 por rejeitar a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR), mas fez alertas sobre eventuais casos semelhantes.

Ela estará à frente do TSE nas eleições municipais deste ano. Apesar de ter alegado não haver provas suficientes para cassar Moro, Cármen afirmou que “o quadro que se mostra não é exatamente um modelo ético de comportamento ético na pré-campanha”.

A Corte rejeitou por unanimidade a tentativa de PT e PL de reverter a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná que negou as ações contra o ex-juiz.

Os partidos pediam a cassação do mandato sob o argumento de que houve um desequilíbrio na disputa eleitoral por supostas irregularidades em gastos na pré-campanha, a partir da filiação do ex-juiz ao Podemos. Questionavam, por exemplo, o fato de ele ter se lançado pré-candidato à Presidência e depois ter migrado para o União Brasil a fim de concorrer ao Senado.

Segundo Cármen Lúcia, o período de pré-campanha apresenta à Justiça Eleitoral uma série de dificuldades, inclusive em termos de jurisprudência. “Nessa fase não se tem, de maneira fechada, o que pode e o que não pode, como temos nas outras fases”, declarou na sessão de terça.

A futura presidente do TSE avalia ser legítimo o chamado downgrade de candidatura – por exemplo, quando um político se lança à Presidência e posteriormente, por alguma razão, opta por disputar um cargo menor.

“Entretanto, quando isso acarreta dispêndios, e esses dispêndios são feitos em dinheiro público, é preciso que se tenha um cuidado exagerado”, enfatizou a ministra. “É preciso apenas alertar que este período [de pré-campanha] não é algo tolerável para qualquer tipo de comportamento.”

Por isso, em sua avaliação, a absolvição de Moro não significa que o Judiciário não possa agir diante de outras acusações de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação – argumentos levantados por PT e PL nos recursos.

“Apenas neste caso não há comprovação, mas a jursidição eleitoral tem o dever de, para garantir eleições livres, seguras, transparentes e com igualdade de possibilidades entre os candidatos, levar a efeito e concluir se há ou não provas de que o que foi alegado pelos autores das ações teria comprometido o processo.”

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