Justiça

O ‘dilema’ sobre o novo depoimento de Tacla Duran, adiado mais uma vez

A audiência ocorreria na tarde desta terça-feira 18, em Curitiba

“Lei do retorno”. Tacla Duran reafirma as acusações e acrescenta novos detalhes. História que o ex-juiz e o ex-procurador tentam encobrir – Imagem: Redes sociais e Lula Marques/PT na Câmara
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A audiência da qual o advogado Rodrigo Tacla Duran participará como testemunha, comandada pelo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, foi novamente adiada.

O depoimento havia sido reagendado para a tarde desta terça-feira 18, após não ser realizado em 14 de abril, conforme a previsão original. O “dilema” de Duran, que mora em Madrid, na Espanha, envolve o receio de ser preso ao chegar ao Brasil. Ele aguarda algum tipo de garantia de que permanecerá em liberdade durante sua passagem pelo País.

No centro da confusão está uma reviravolta protagonizada na semana passada pelo desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Ele é o autor de uma decisão que, segundo a avaliação da Justiça de Curitiba, restabeleceu uma ordem de prisão contra Duran. Antes, Appio havia suspendido a ordem de prisão decretada em 2016 pelo então juiz Sergio Moro.

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal, Malucelli afirmou na sexta-feira 14 não ter determinado uma nova prisão preventiva. Appio, porém, perguntou ao desembargador como “deve proceder em relação à prisão preventiva decretada por Vossa Excelência (na via monocrática e liminar) na tarde de ontem [11 de abril], ou seja, se o mandado de prisão será expedido por esta Vara Federal ou pela secretaria da 8ª Turma Criminal do TRF-4”.

A informação sobre a ordem de prisão contra Tacla Duran chegou a ser confirmada, inclusive, pelo site oficial do TRF-4.

Malucelli é pai do advogado João Eduardo Barreto Malucelli, que aparece no Cadastro Nacional de Advogados como sócio do escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados, com sede em Curitiba e formado pelo ex-juiz e pela advogada Rosângela Moro, atualmente deputada federal pelo União Brasil.

No final de março, Tacla Duran afirmou em depoimento a Appio ter sido alvo de um “bullying processual” no âmbito da Lava Jato. Ele também declarou ter sido vítima de uma suposta tentativa de extorsão e citou Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal pelo Podemos.

Em nota divulgada após o depoimento do advogado, a assessoria do ex-juiz sustentou que seu cliente é alvo de “calúnias” e não teme “qualquer investigação”. Deltan, por sua vez, se referiu a Eduardo Appio como “juiz lulista e midiático, que nem disfarça a tentativa de retaliar contra quem, ao contrário dele, lutou contra a corrupção”.

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