Política

‘Ninguém no mundo fez o que fizemos na pandemia’, diz Bolsonaro

Marcado por atuação negacionista durante a crise sanitária, o ex-capitão alegou que ‘evitamos um caos no País’

Foto: Reprodução/TV Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro usou um evento no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira 12, para voltar a desenhar um cenário que não encontra amparo nos indicadores. Em cerimônia de lançamento de linhas de crédito para pescadores, ele afirmou que o Brasil “foi um dos melhores países na questão da economia durante a pandemia”.

“Ninguém quase conseguiu no mundo todo fazer o que nós fizemos. Evitamos um caos no Brasil. E se existisse um caos no Brasil de âmbito nacional, outros países poderiam meter o pé aqui dentro, como vêm metendo o pé em outros países da América do Sul”, acrescentou, sem fornecer detalhes.

Ao mencionar supostas ações do governo, o ex-capitão disse que “fizemos o tal do Auxílio Emergencial, para evitar saques a supermercados e outras coisas”. A atuação do presidente na pandemia foi marcada pelo negacionismo: incentivo a aglomerações, desrespeito a medidas recomendadas por especialistas (como o uso de máscara), atraso na compra de vacinas e ataques frontais à imunização de crianças.

As declarações de Bolsonaro vêm um dia depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, instrumento oficial de medição da inflação, fechou 2021 em 10,06%, maior taxa desde 2015. Situação pior no G-20 vivem apenas a Argentina, que até novembro acumulava em 12 meses uma inflação de 52,1%, e a Turquia, cujo índice é de 36,08%, já atualizado em dezembro.

Em uma suposta tentativa de frear o aumento dos preços, o Comitê de Política Monetária do BC vem subindo repetidamente a taxa básica de juros, a Selic. Em 8 de dezembro, o colegiado aumentou a taxa em 1,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano – foi a 7ª alta consecutiva.

Em dezembro, o IBGE informou que o Brasil fechou o trimestre encerrado em outubro com 12,1% de desemprego, drama que atinge 12,9 milhões de pessoas. Apesar de uma queda na taxa de desemprego, o rendimento médio da população ocupada encolheu pelo 5º trimestre seguido, para uma mínima histórica.

O rendimento médio real habitual do trabalhador (descontada a inflação) caiu para 2.449 reais – o menor valor já registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. O índice representa uma queda de 4,6% frente ao trimestre anterior e uma redução de 11,1% na comparação com igual trimestre de 2020.

Até esta quarta 12, o Brasil tem 620.371 mortes por Covid-19 desde o início da pandemia.

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