Política

Não sou o favorito, mas pesquisa é retrato e não filme, diz Ciro Gomes

Levantamentos mostram o pedetista com apenas 8% das intenções de voto, empatado em 3º lugar com Moro

Foto: Reprodução
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O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, reconheceu nesta terça-feira 1º que ainda está longe de ser o candidato favorito para vencer as eleições de outubro, mas minimizou o que indicam as recentes pesquisas eleitorais, argumentando que o resultado final das eleições ainda não está definido.

“Eu não sou o favorito dessa eleição e nem vou chegar pra ninguém dizendo que sou o favorito. Apenas explico para as pessoas a realidade: pesquisa é retrato e a vida não é retrato, a vida é filme”, destacou o ex-ministro em entrevista à Rádio Máxima de Guaratinguetá (SP).

“Se você pegar em janeiro de 2018, de uma olhada nas pesquisas, ninguém dava 1 centavo furado para um cidadão chamado Jair Messias Bolsonaro. Eu, Ciro Gomes, perguntado pela imprensa, disse: ‘não há a menor chance, isso é um maluco despreparado’”, acrescentou o candidato para comprovar seu ponto.

Citado em terceiro lugar como preferência de votos nas pesquisas, mas ainda distante dos dois primeiros colocados, Ciro usou parte da entrevista para minimizar o resultado. Segundo defendeu, os ‘retratos’ que mostram sua candidatura com apenas 8% dos votos, empatado em terceiro lugar com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), na verdade, seriam uma espécie de ‘manipulação’ do mercado financeiro.

“Eu não falo isso com nenhum mau humor, mas uma pesquisa de opinião pública custa 1 milhão de reais e nós vemos seis ou sete pesquisas, há pelo menos um ano e meio, todo mês. Quem é que tem essa montanha de milhão pra pagar? Os bancos…todas as pesquisas são pagas pelos bancos ou associadas aos bancos e ao setor financeiro para produzir um estado psicológico na população como se as eleições já estivessem com um resultado definido”, defendeu Ciro.

Mais cedo, as pesquisas eleitorais também fizeram parte dos discursos de outros dois candidatos: Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Enquanto o ex-capitão mentiu alegando que a vantagem de Lula estaria apenas ‘na margem de erro’ e não com uma diferença de cerca de 20 pontos percentuais, o petista se referiu aos levantamentos como retratos ‘da mais pura verdade’. Na mais recente, do Ipespe, Lula aparece com 44% das intenções e Bolsonaro apenas 24%.

Na entrevista, Ciro voltou a criticar Lula e falar da ‘roubalheira’ instalada no governo do petista. O pedetista também voltou a atacar Sergio Moro e Jair Bolsonaro, também seguindo a linha de que os candidatos seriam apenas outros exemplos de criminosos da política brasileira.

Sobre a chamada terceira via, Ciro negou fazer parte do grupo e defendeu que seu projeto apresenta um modelo econômico e de governança completamente diferente dos demais candidatos.

“Inventaram uma terceira via, como terceira via? Essa gente que está se apresentando como terceira via é tudo viúva do Bolsonaro. Eles fazem de conta que nós somos todos um bando de imbecil, de idiotas sem memória, que vamos esquecer que o Doria fez o BolsoDoria, que o Moro é ‘a variante ômicron’ do Bolsonaro”, criticou o ex-ministro.

Segundo turno

Questionado sobre quem estará no segundo turno, Ciro respondeu que o ‘fanatismo’ garantiria Lula na segunda etapa do pleito, em seguida defendeu que ‘uma proposta nova’ poderia derrotar o petista, sem, no entanto, afirmar diretamente que acredita que estará no segundo turno.

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