Política

‘Não sou o candidato do PT, mas do movimento de recuperação da democracia’, diz Lula

‘Não vou pedir voto ao mercado, vou pedir voto ao povo brasileiro’, destacou o ex-presidente ao ser questionado sobre itens da pauta econômica, como revogação das reformas e controle de preços dos combustíveis

O ex-presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer acenos positivos à composição de uma chapa com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Segundo disse, uma aliança com o adversário histórico serviria para sinalizar ao povo que ele não será ‘candidato do PT’, mas sim de ‘um movimento de reconstrução’ do Brasil pós-Jair Bolsonaro. As declarações foram dadas em entrevista à Rádio Progresso, do Ceará, nesta quinta-feira 17. Horas antes, Alckmin também sinalizou positivamente a Lula em encontro com sindicalistas.

“Estou fazendo uma tentativa de mostrar ao povo que não sou o candidato só do PT, que é o meu partido, mas quero ser candidato de um movimento de recuperação da democracia”, disse Lula. “Então, estou discutindo uma aliança política que mostra que mais do que ganhar, é preciso governar”, completou logo em seguida.

Antes, no entanto, o ex-presidente deixou claro que a composição com Alckmin ainda é uma especulação, reforçando que o ex-tucano precisa definir seu novo partido antes de voltarem a tratar do tema.

Sobre a rejeição de setores da esquerda, incluindo alas do PT, ao nome de Alckmin, Lula destacou que a palavra final sobre o vice será dele e não de legendas ou aliados políticos.

“Vamos ser francos, ninguém tem mais prioridade de escolher o vice do que o presidente. Obviamente, levo em conta a posição do partido, dos aliados, mas obviamente tenho o poder de dizer se quero ou não”, afirmou. “Ninguém vai me impor um vice que eu não queira”, sacramentou Lula.

Indiretamente, Alckmin também tratou da possível aliança durante um encontro com sindicalistas nesta quinta-feira. Na reunião, segundo apurou CartaCapital, o ex-tucano disse que “na política não existem inimigos, mas adversários” e que “o adversário de ontem pode ser o seu parceiro de amanhã. Mas não fez menções diretas a Lula.

Sem acenos ao mercado

Na entrevista, Lula tratou ainda de diversas ações que pretende adotar nesta ‘recuperação da democracia’, boa parte, na área econômica. Questionado se itens como a revogação da reforma trabalhista, reversão de privatizações ou a mudança na política de preços da Petrobras não poderiam afastar um apoio de empresários ou criar distúrbios no mercado financeiro, Lula foi direto:

“Eu não vou pedir voto ao mercado, vou pedir voto ao povo brasileiro”, afirmou. “Não quero que o mercado venha perguntar o que eu vou fazer, eu é que vou perguntar o que eles vão fazer para acabar com a fome, gerar empregos, tornar o crédito mais barato, diminuir o endividamento…”, listou mais adiante.

Em seguida, o ex-presidente explicou que o empresariado brasileiro já conhece a sua atuação e, portanto, acredita que propostas como essas não irão afastá-los caso venha a ser eleito para um terceiro mandato. Na terça-feira 15, o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu que o receio do mercado financeiro com um provável novo governo de Lula foi reduzido nas últimas semanas.

Mais cedo, Alckmin teria mostrado estar em sintonia com as propostas defendidas por Lula. No encontro com sindicalista,s sinalizou apoio a taxação de grandes fortunas e defendeu ‘estudos amplos’ sobre a revogação de itens das reformas.

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