Política
‘Não são os partidos que pedem ministérios, é o presidente quem oferece’, diz Lula sobre negociação com o Centrão
Presidente confirmou que, na volta do recesso parlamentar, deverá mudar algumas pastas de seu governo; ele evitou, porém, dar detalhes de quais serão as cadeiras ofertadas
O presidente Lula (PT) confirmou, nesta quarta-feira 19, que novos membros do Centrão estão prestes a embarcar na sua equipe de governo. Ele não forneceu, porém, detalhes de quais serão os cargos entregues, nem quem serão os políticos ou partidos agraciados. Sabe-se, até aqui, que os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) são nomes dados como certo na nova composição.
Segundo Lula, ele irá definir a nova composição da Esplanada dos Ministérios assim que o recesso parlamentar for encerrado. O petista disse não ter pressa para fazer as mudanças e que considera ‘normal’ a pressão dos líderes para que as trocas sejam feitas de forma acelerada. Em recado ao Centrão, o presidente afirmou que não será dada aos partidos a opção de escolher as cadeiras a serem ocupadas, mas, sim que ele como presidente é quem fará a oferta dos espaços disponíveis.
“À medida que você tenha partidos que queiram participar da base, nós temos interesse em trazer esses partidos para dar tranquilidade a nossa governança dentro do Congresso Nacional”, confirmou Lula em uma coletiva antes de deixar Bruxelas, na Bélgica.
“Mas quem discute ministro é o presidente da República. Não é o partido que pede ministério, é o presidente da República que oferece”, alertou o presidente.
Nos bastidores, os ministérios mais visados são o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e o Ministério dos Esportes. Há ainda a indicação de que pastas comandadas pelo PSB, como Portos e Aeroportos e a Indústria e Comércio, estariam em disputa.
Lula foi questionado, durante a coletiva, se uma dessas várias negociações que Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, estaria fazendo envolve a Casa Civil, comandada atualmente por Rui Costa. O presidente negou enfaticamente: “não existe esta possibilidade”.
Na terça-feira, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, já havia dito que a entrada e PP e Republicanos no governo estaria consolidada. Ele sinalizou que os nomes devem mesmo ser de Fufuca e Costa Filho. Os dois deputados, mais cedo, se reuniram com Padilha.
Publicamente, as duas legendas já reconheceram que podem, sim, ocupar algum cargo no governo, mas que isso não significaria a entrada oficial dos partidos na base de sustentação de Lula. A situação seria semelhante a do União Brasil, em que apenas parte do partido votaria junto com o governo federal no Congresso Nacional.
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