Política

‘Não me digam que não conheço o setor do Esporte’, diz Fufuca ao assumir ministério

Líder do PP passa a comandar a pasta no lugar de Ana Moser para ampliar apoio do Centrão ao governo; Lula não compareceu à cerimônia

O ministro do Esporte, André Fufuca. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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Sem a presença do presidente Lula (PT), André Fufuca (PP-MA) assumiu nesta quarta-feira 13 o comando do Ministério do Esporte, em uma cerimônia de transmissão de cargo em Brasília.

Ex-líder do PP na Câmara, Fufuca foi indicado por Arthur Lira (PP-AL) para substituir a ex-atleta Ana Moser no posto e para, supostamente, ampliar o apoio ao governo no Congresso.

Em discurso a uma plateia de autoridades, Fufuca relembrou a sua carreira como parlamentar e criticou comentários de que não conhece a área na qual passa a atuar.

“Eu tenho trabalhado ao lado de cada integrante da minha bancada, com histórico de luta pelos nossos municípios, do Norte ao Sul do Brasil. Lutas para aprovar leis que cheguem lá na ponta, no coração do País. Lutas por obras e recursos para melhorar a vida de todos”, declarou.

“Então, não me digam que não conheço o setor do Esporte e por isso não serei um bom ministro. Aquilo que não conheço, vou aprender, ao lado de cada um que está aqui nesse órgão. De cada entidade do setor, de cada área, de cada professor ou professora que possa me auxiliar nessa missão”, afirmou o novo ministro do Esporte.

Fufuca continuou: “Portanto, digam, sim, que eu conheço o funcionamento do Parlamento, as necessidades dos nossos prefeitos e prefeitas para os seus municípios, e que essa vontade de fazer a diferença para o meu País é o que me habilita a cumprir essa tarefa que começa no dia de hoje, com a bênção de Deus, a executar”.

Na sequência, o ministro disse ter sido alvo de “piadas” com o seu nome. “Fufuca” é um apelido herdado de seu pai, Francisco Dantas Ribeiro Filho, o Fufuca Dantas, hoje prefeito de Alto Alegre do Pindaré (MA).

“Tenho visto, especialmente nos últimos dias, que, não havendo como me desqualificar, muitos têm feito trocadilhos e piadas com o meu nome. Mais triste é aquele que busca, desesperadamente, desmerecer as pessoas a partir de ataques infantis e preconceituosos que, devo dizer, com muita tranquilidade, não me atingem”, disse.

O novo ministro do Esporte também disse ser “fã” de Ana Moser, ex-jogadora de vôlei que foi demitida da chefia da pasta para dar lugar ao Centrão.

“Quero destacar que, ao me juntar a este governo como ministro do Esporte, terei claro que tenho de dar resposta ao meu setor e dar continuidade, como todos esperam, à gestão da minha antecessora, de quem sou fã, antes de tudo, a nossa ministra Ana Moser”, afirmou. “Seguindo os seus passos, os seus caminhos, estarei no Ministério do Esporte, mas o meu compromisso é com todos os programas, em todas as áreas.”

Fufuca discursou ao lado de outros dez ministros de Lula:

  • Alexandre Padilha (Relações Institucionais);
  • Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública);
  • Jáder Filho (Cidades);
  • Juscelino Filho (Comunicações);
  • Luciana Santos (Ciência e Tecnologia);
  • Luiz Marinho (Trabalho e Emprego);
  • Nísia Trindade (Saúde);
  • Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar);
  • Vinícius Marques (Controladoria-Geral da União);
  • Wellington Dias (Desenvolvimento Social).

Mais cedo, o novo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), também assumiu o cargo em uma cerimônia de transmissão sob a ausência de Lula.

Quem é o novo ministro do Esporte?

André Fufuca é médico, tem 43 anos e está em seu terceiro mandato de deputado. Filho do prefeito de Alto Alegre do Pindaré, no Maranhão, ele também é próximo a Lira e ao senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP.

O novo ministro assumiu um cargo público pela primeira vez aos 21 anos, quando foi eleito deputado estadual pelo PSDB. Na Câmara, Fufuca integrou a tropa de choque do então presidente da Casa, Eduardo Cunha, e votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Desde o início do governo Lula, o parlamentar votou contra pautas importantes para o Palácio do Planalto, a exemplo do marco do saneamento básico e do projeto que estabelece um Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas no País.

Pela proximidade com Lira, Fufuca também chegou a ser cotado para assumir a CPMI do 8 de Janeiro, que investiga a invasão bolsonarista aos prédios dos Três Poderes.

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