Justiça

MPF quer júri popular para Roberto Jefferson por tentativa de homicídio contra policiais

O órgão mencionou a ‘letalidade’ e a ‘desproporcionalidade’ da conduta do ex-deputado diante de agentes da PF

O ex-deputado Roberto Jefferson. Foto: Reprodução
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A Procuradoria da República no Rio de Janeiro pediu à Justiça Federal que o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) vá a júri popular por quatro tentativas de homicídio com dolo eventual.

A manifestação do órgão foi apresentada na última segunda-feira 21, no âmbito da ação penal na qual o bolsonarista é reú pelo ataque armado a policiais federais, em outubro do ano passado.

“A letalidade (granadas adulteradas e carabina), a desproporcionalidade do armamento bélico utilizado pelo acusado (os policiais portavam pistolas e estavam sem coletes), a quantidade de munições e de tiros desferidos (sessenta), o conhecimento e a expertise do acusado com a utilização desse tipo de armamento, demonstram que o acusado assumiu o risco de produção do resultado morte dos policiais federais“, escrevem os procuradores no documento.

O Ministério Público Federal também se manifestou pela condenação do ex-deputado pelos crimes de resistência armada, posse irregular de arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, posse de artefatos explosivos sem autorização e adulterados e dano qualificado.

Jefferson está preso desde 24 de outubro por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

À época, o extremista de direita atirou cerca de 50 vezes contra agentes da PF que foram cumprir um mandado de prisão em sua casa, em Comendador Levy Gasparian, na região serrana do Rio.

No início de junho, o magistrado autorizou sua transferência para a unidade de saúde, após um documento apontar possível traumatismo craniano decorrente de uma queda no presídio.

Mais recentemente, Moraes determinou a permanência de Jefferson no hospital Samaritano, na zona sul do Rio, para continuar com o tratamento. A decisão foi assinada dias após a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária argumentar não dispor de estrutura para manter o atendimento de saúde necessário ao ex-deputado.

O hospital no qual o bolsonarista está internado, por outro lado, afirma que ele já tem condições de receber alta.

A defesa do petebista pediu que a prisão seja convertida em domiciliar. Para isso, sustentam que o quadro “extremamente frágil” de Jefferson poderia colocá-lo em risco no presídio.

Na quarta-feira, Moraes também autorizou duas visitas a Jefferson: a da filha, Fabiana, e a da mãe, Neusa, desde que elas comuniquem previamente o STF sobre os dias e os horários.

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