Política

Ministérios, orçamento e transição: os próximos passos rumo ao governo Lula

Passadas as eleições, o futuro presidente passa os dias na Bahia – mas escalou duas equipes para cuidar dos primeiros passos da gestão

Foto: Miguel Schincariol/AFP
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As equipes escaladas pelo ex-presidente Lula (PT) para discutir o orçamento de 2023 e dar início à transição de governo chegaram a Brasília após o feriado de Finados com um assunto que vai rondá-las pelos próximos dias: a composição dos ministérios.

Nesta quinta-feira 3, a imprensa repercutiu uma notícia de que o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles havia sido convidado pelo presidente eleito para voltar ao posto. Lula, apesar das cobranças, passou toda a campanha sem indicar quais nomes ocupariam as pastas em seu governo. Passada a eleição, com o presidente de folga na Bahia pelos próximos dias, são os aliados que têm negado as especulações.

“Vamos conviver com isso”, disse um interlocutor do PT nesta quinta-feira 3. CartaCapital apurou que os escolhidos para comandar os ministérios devem ser anunciados a partir da próxima semana.

Na segunda-feira 7, em São Paulo, Lula se encontra com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), para discutir a criação de uma Proposta de Emenda à Constituição que garanta recursos para a manutenção do valor mensal de 600 reais do Auxílio Brasil. Pela proposta orçamentária enviada pelo presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL), o programa, que pode voltar a se chamar Bolsa Família, teria seu valor reduzido para 400 reais a partir de janeiro.

No dia seguinte, em Brasília, um texto elaborado pela equipe de Lula e com o aval do relator do orçamento de 2023, o senador Marcelo Castro (MDB), deve ser apresentado a líderes partidários e aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e da Câmara, Arthur Lira (PP). No mesmo dia, o ex-presidente deve se encontrar com os dois.

A PEC, que precisa de 308 votos na Câmara e 49 no Senado, tem até dezembro para passar pelas duas Casas. Um bom relacionamento com Pacheco e Lira encurtaria o caminho da aprovação. O presidente da Câmara esteve com o deputado federal José Guimarães (PT) e, segundo o petista, ofereceu ajuda.

“A disposição para o diálogo foi reafirmado pelo presidente Lira”, disse Guimarães a jornalistas. “Ele abriu as portas para ajudar o novo governo no que for preciso. Abriu as portas da esperança e do futuro”.

Também na semana que vem ocorre o anúncio dos nomes que vão compor o gabinete de transição, que será instalado no Centro Cultural Banco do Brasil, na capital federal. De acordo com Alckmin, o conjunto deve incluir políticos de centro e de direita.

A declaração ocorreu após uma reunião entre Alckmin, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann e o ex-ministro Aloizio Mercadante com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), e da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos.

“A conversa foi muito proveitosa, objetiva. A transição já começou”, disse o vice eleito. “Todo o fluxo de informações foi conversado também. E a transição será instalada com o objetivo da transparência, do planejamento e de continuidade da prestação de serviços à população”.

Sobre a volta do PT ao poder, Mercadante disse que foi “pela porta da frente”. “Só tem uma forma de voltar ao Planalto e exercer um cargo público”, afirmou. “É pela porta da frente, com voto popular e em eleição limpa, como a que vivemos”.

A posse de Lula será no primeiro dia de 2023.

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