Política
Mesmo com 9 ministérios, MDB, PSD e União Brasil dão 83% de seus votos contra o governo no Marco Temporal
Levantamento feito pelo jornal O Globo revela que, mesmo com cadeiras no Planalto, partidos não deram suporte ao posicionamento de Lula; PSB e PDT também tiveram ‘traições’, mas em volume menos significativo
Os partidos MDB, PSD e União Brasil não votaram com o governo federal na análise do PL do Marco Temporal, aprovado por 283 votos na Câmara dos Deputados nesta terça-feira 31. As três legendas têm 9 ministérios. Ainda assim, juntos, deram 83% dos seus votos para o projeto que sacramentou um retrocesso ambiental contrário ao programa de governo do presidente Lula (PT).
O levantamento da ‘infidelidade’ foi realizado pelo jornal O Globo nesta quarta-feira 31. Conforme mostra a publicação, dos 114 deputados federais que integram estas três legendas, 95 votaram favoravelmente ao PL do Marco Temporal. Só 18 acompanharam a posição do governo e um parlamentar se absteve. (Veja aqui como votou cada um dos deputados)
Os partidos comandam hoje as seguintes pastas:
MDB
- Planejamento e Orçamento – Simone Tebet;
- Cidades – Jader Filho;
- Transportes – Renan Filho.
União Brasil
- Integração e Desenvolvimento Regional – Waldez Góes;
- Turismo – Daniela Carneiro;
- Comunicações – Juscelino Filho.
PSD
- Agricultura e Pecuária – Carlos Fávaro;
- Pesca – André de Paula;
- Minas e Energia – Alexandre Silveira.
PSB e PDT, outros dois partidos com ministérios, também deram alguns votos contrários ao governo. Nestes dois casos, porém, a maioria dos deputados acompanhou a posição da atual gestão de votar contrário ao Marco Temporal.
No PSB foram 3 votos favoráveis ao projeto e 12 contra. A legenda detém a vice-presidência e o Ministério da Indústria e Comércio com Geraldo Alckmin, além da Justiça e Segurança Pública com Flávio Dino e o Ministério de Portos e Aeroportos com Márcio França. Já o PDT deu 14 votos para reprovar o Marco Temporal e apenas um para aprovação. O partido tem a pasta do Trabalho e Emprego na figura de Carlos Lupi.
O resultado, destaca a publicação, fez com que partidos que integram a Esplanada de Lula dessem mais de ⅓ dos 283 votos de aprovação ao projeto que dificulta a demarcação de terras indígenas.
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