Política

Lula repudia violência política na campanha e diz que Bolsonaro ‘não vai extirpar o PT’

‘Em 2 de outubro o senhor vai ter a sua licença para sair deste País’, afirmou o ex-presidente em Porto Alegre

O ex-presidente Lula durante ato em Porto Alegre (RS). Foto: SILVIO AVILA/AFP
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O ex-presidente Lula (PT) voltou a mencionar, nesta sexta-feira 16, o temor de uma escalada na violência política durante a reta final da campanha eleitoral.

Em evento em Porto Alegre (RS), o líder das pesquisas de intenção de voto relembrou episódios recentes e rebateu declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Já mataram um cara do PT em Foz do Iguaçu no aniversário dele. Agora, mataram um companheiro em Mato Grosso”, listou. “E o genocida diz que vai extirpar o PT, acabar com o PT. Meu senhor presidente, o senhor não vai acabar, porque em 2 de outubro o senhor vai ter a sua licença para sair fora deste País.”

Em julho, o policial penal bolsonarista Jorge Guaranho matou a tiros Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR). O petista comemorava seu aniversário de 50 anos com uma festa temática sobre o partido quando foi alvejado na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu.

Na semana passada, um bolsonarista matou um apoiador de Lula em Mato Grosso após uma discussão política. Rafael de Oliveira, defensor de Jair Bolsonaro, assassinou Benedito Cardoso dos Santos em Confresa, a 1.160 quilômetros de Cuiabá.

Segundo a polícia, Rafael confessou ter matado a facadas o colega de trabalho. Ele ainda tentou decapitar a vítima e filmou o corpo após o crime.

“Além de matar, ia cortar o pescoço dele com um machado”, lamentou Lula nesta sexta, na capital gaúcha.

No dia em que veio à tona a morte de Benedito dos Santos, em 9 de setembro, Bolsonaro voltou a fazer graves ataques ao PT. Durante ato em Araguatins (TO), ele se referiu ao partido como uma “praga que sempre está contra a população”.

“Esse pessoal não produz nada, só gera desgraça para o povo brasileiro. Com essa nossa reeleição (…), varreremos para o lixo da história esse partido dito dos trabalhadores, mas na verdade é composto por desocupados”, afirmou o ex-capitão.

Nesta semana, a campanha lulista acionou o Tribunal Superior Eleitoral para pedir a adoção de providências contra a violência política na disputa eleitoral.

Na peça, a Coligação Brasil da Esperança anota que “a violência política vivenciada atualmente é resultado de um modus operandi organizado e liderado por Jair Messias Bolsonaro e seus apoiadores”.

Segundo os partidos, esse cenário tem “ultrapassado características de gênero e incorrido sobre os mais singelos atos, como declarar posicionamento político, autoproclamar apoiador de determinado candidato ou simplesmente expressar/manifestar opinião política”.

A ação cobra a criação de um canal direto de denúncias para casos de intolerância e violência política, com acesso disponível a todos os cidadãos por meio do site do TSE.

Também pede que a Corte tome medidas administrativas a fim de garantir “segurança e paz” no processo eleitoral deste ano e “resguardar a integridade de eleitoras, eleitores, colaboradores da Justiça Eleitoral, autoridades públicas, candidatas e candidatos”.

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