Política

Lula contraria posição do mercado sobre privatização da Eletrobras e reforma trabalhista

Ex-presidente também criticou a política de preços adotada pela Petrobras

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Reprodução
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou nesta terça-feira 22 discursos que vão na linha oposta ao chamado mercado financeiro. Movimento semelhante havia sido feito na última semana quando ele declarou que ‘não iria pedir votos ao segmento e sim ao povo’.

Em entrevista a uma rádio de Minas Gerais, o ex-presidente reforçou que, caso seja eleito para um terceiro mandato, pretende rediscutir as reformas trabalhista e previdenciária, bem como se posicionou ‘totalmente contra’ a privatização da Eletrobras. As declarações de Lula reforçam o que antecipou a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann, ao dizer que o ex-presidente não ouviria o ‘mi mi mi’ do mercado financeiro.

Ao ser questionado sobre a privatização da Eletrobras, aprovada recentemente pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o ex-presidente foi direto ao ponto e disse que sua posição no tema é contrária em todos os casos.

“Vou deixar bem claro que eu sou contra, o PT é contra e meu governo sempre foi contra privatizações das empresas públicas estatais”, afirmou. “Não há nenhuma necessidade de você vender um patrimônio que foi construído pelo povo, com dinheiro do povo, e que pode servir para ser a reguladora do sistema elétrico, não permitindo o abuso de aumento de energia que estamos vivendo hoje no Brasil”, acrescentou Lula.

Lula também deixou indicativos de que pretende revogar a privatização caso o governo Jair Bolsonaro consiga concluir a venda ainda este ano.

Eu já avisei: os empresários que tiverem juízo é importante contar até dez antes de fazer a loucura de comprar a Eletrobras a preço de banana”, alertou o ex-presidente antes de criticar a aprovação da venda pelo Tribunal de Contas da União na última semana.

Na entrevista, o petista também voltou a garantir que irá mudar a política de preços praticada atualmente pela Petrobras. Segundo prometeu, os valores não serão mais vinculados ao dólar ou qualquer outra moeda internacional.

Sobre a reforma trabalhista, o ex-presidente disse que será importante promover uma rediscussão das leis e não, necessariamente, uma revogação completa das mudanças.

O que eles fizeram foi uma destruição e não reforma. Dinamitaram os direitos que vinham se consolidando. Não é que queremos voltar ao passado, mas queremos discutir qual a legislação que precisamos para se adequar ao momento político, econômico e cultural que estamos vivendo”, disse.

“Não queremos fazer nada na marra, queremos discutir o que é bom para o povo e ajude desde o trabalhador até o empresário”, completou o ex-presidente.

Apesar dos poucos acenos recentes de Lula ao mercado financeiro, integrantes do segmento já trabalham com uma provável vitória do ex-presidente, que lidera as pesquisas. O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu recentemente que o temor do grupo com a volta do petista ao poder diminuiu nas últimas semanas.

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