Política

Lula anuncia os primeiros ministros do novo governo; veja a lista

A lista, com Haddad, Dino, Múcio, Costa e Vieira, não apresentou surpresas

Foto: EVARISTO SA / AFP
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O presidente eleito Lula (PT) confirmou nesta sexta-feira 9 os primeiros nomes de ministros que vão compor o novo governo a partir de 2023. A lista, antecipada por parte da imprensa, não apresentou surpresas.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que era o plano A para a Economia, assumirá a pasta da Fazenda. Antes do anúncio, o petista admitiu que já trabalha na composição da sua equipe. A jornalistas, no entanto, ele não quis adiantar os nomes.

Na quinta-feira 8, ele se reuniu com Paulo Guedes e classificou o encontro como “excelente”, “cordial” e “transparente”.

“Passamos em revista vários assuntos importantes. Definimos uma agenda de trabalho a partir da semana que vem e as coisas estão transcorrendo bem”, declarou Haddad. “Esse tipo de conversa é muito importante porque você garante que projetos importantes possam ter continuidade, até onde o Congresso avançou na agenda que importa para o estado brasileiro, independente de governo. Tem coisas que são políticas de Estado”.

Em coletiva de imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil, local em Brasília escolhido para a transição, Lula também anunciou o governador da Bahia, Rui Costa (PT), na Casa Civil, o senador eleito Flávio Dino (PSB) na Justiça e Segurança Pública, José Múcio Monteiro na Defesa e o diplomata Mauro Vieira no Itamaraty.

Ainda ontem, o presidente eleito definiu, junto com Múcio, os nomes dos novos comandantes das Forças Armadas. Para o Exército, o escolhido foi o general Júlio Cesar de Arruda; na Marinha, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen; e para a Força Aérea Brasileira (FAB), o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

Na semana passada, Lula chegou a afirmar que já tem pelo menos 80% de seus ministros decididos, mas que só revelaria após a diplomação, marcada para 12 de dezembro. De acordo com a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, disse que a antecipação visa evitar as especulações.  “Aquilo que ele já tem certeza, que está certo, ele quer divulgar”, declarou a petista.

Relação com militares

Dada a relação entre Jair Bolsonaro (PL) e os militares, a escolha do novo ministro da Defesa gerou ansiedade. Múcio mantém boas relações com oficiais das Forças Armadas, pode ajudar na articulação de pautas da Defesa no Congresso Nacional e preenche um dos pré-requisitos estabelecidos por Lula para o cargo: ser um civil com habilidade política.

O novo ministro da Defesa chegou ao TCU em 2009, durante o segundo governo Lula, e presidiu a Corte entre 2019 e 2020, seu último ano no posto. Antes, entre 2007 e 2009, chefiou o Ministério da Secretaria de Relações Institucionais.

A boa relação de Múcio com o Legislativo nasceu de uma experiência direta no Congresso. Ele foi eleito cinco vezes consecutivas para a Câmara dos Deputados por Pernambuco, entre 1991 e 2007.

Também ocupou a Secretaria Municipal de Planejamento do Recife, entre 1997 e 1998, e a Secretaria Estadual de Transportes, Comunicação e Energia de Pernambuco, de 1983 a 1986.

Antes mesmo da confirmação de sua nomeação, Múcio recebeu elogios de militares não alinhados a Lula, a exemplo do vice-presidente Hamilton Mourão. O senador eleito pelo Republicanos no Rio Grande do Sul afirmou no final de novembro que Múcio seria “muito bem-visto pelas Forças Armadas”.

Na última terça-feira 6, em entrevista a CartaCapital, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo de Bolsonaro, classificou Múcio como uma pessoa “bastante equilibrada, com um senso de humor muito apurado, de extrema simpatia”. Avaliou ainda que “tudo isso vai servir para conduzir, se ele for o escolhido, o Ministério da Defesa dentro de um bom ambiente de trabalho”.

A expectativa é de que Lula anuncie gradualmente os demais ministros a partir da semana que vem.

“[Vamos] escolhendo os nomes, anunciando, não deve ter açodamento. Acho que deve ser gradual mesmo, vai fazendo em paz”, disse nesta quinta o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).

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