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Lula admite erro ao proteger Cesare Battisti

Ex-presidente concedeu asilo político ao terrorista italiano, que confessou sua participação em quatro assassinatos na Itália nos anos 1970

O ex-presidente Lula. Foto: Sergio LIMA/AFP
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em um programa da TV Democracia, disponibilizado na quinta-feira 20 no Youtube, ter se arrependido de conceder asilo político ao terrorista italiano Cesare Battisti, no último dia de seu mandato em 2010.

Nos anos 1970, Battisti integrou grupos de luta armada de extrema esquerda na Itália, que cometeram diversos assassinatos. Ele foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana nos anos 1980 por quatro homicídios.

O terrorista fugiu da Itália em 1981, passando as próximas décadas foragido no México e na França. Battisti chegou ao Brasil em 2004. Cinco anos depois, conseguiu o status de asilado político, que acabou cassado pelo Supremo Tribunal Federal. Mas a corte deixou para o presidente a última palavra sobre o caso.

 

Segundo Lula, líderes da esquerda brasileira estavam convencidos da inocência de Battisti, mas ele enganou “muita gente no Brasil”. “Não sei se enganou muita gente na França, mas na verdade muita gente achava que ele era inocente. Nós cometemos esse erro, pediremos desculpas”, disse.

Em dezembro de 2018, o então presidente Michel Temer autorizou a extradição do terrorista para a Itália. Battisti, contudo, havia fugido para a Bolívia, de onde foi enviado para o país europeu em janeiro de 2019. Ele está detido em um presídio de segurança máxima na Sardenha.

Em março de 2019, Battisti admitiu a participação em quatro homicídios cometidos no final dos anos 1970.

“Hoje, acho que, assim como eu, todo mundo da esquerda brasileira que defendeu Cesare Battisti aqui ficou frustrado, ficou decepcionado. Eu não teria nenhum problema de pedir desculpas à esquerda italiana”, afirmou Lula.

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