Mundo
Fúria cega
Para vingar a morte de jovem israelense, colonos judeus disseminam o terror em vilarejos palestinos na Cisjordânia
Na manhã de 12 de abril, Binyamin Achimair, de 14 anos, reuniu as ovelhas na fazenda Gal Yosef, um posto avançado israelense na Cisjordânia ocupada, e as levou para pastar antes do início do Shabat, ao pôr do sol. Ele não voltou. Quando o rebanho regressou sem ele, o exército e a polícia israelenses iniciaram uma ampla busca. Cerca de 24 horas depois, o corpo do menino foi encontrado por um drone, e as autoridades israelenses consideraram sua morte um ataque terrorista.
Os colonos da região não esperaram para conhecer o destino de Achimair antes de buscar vingança. Naquela tarde de sexta-feira e no dia seguinte, as aldeias palestinas vizinhas – Beitin, Duma e Al-Mughayyir – foram atacadas por centenas de israelenses armados, num episódio sem precedentes de violência dos colonos que deixou dois mortos – Omar Hamed, de 17 anos, e Jihad Abu Aliya, de 25 anos – e 45 pessoas feridas. Dezoito foram baleadas com munição real, incluindo uma menina de 17 anos, atingida nas duas pernas.
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