Política

Lewandowski anuncia novas medidas e diz que fugitivos estão em um raio de 15 km de presídio no RN; confira

Segundo o ministro, ‘a grande preocupação’ é recapturar Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Foto: Tom Costa/MJSP
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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou novas medidas para os presídios federais de segurança máxima após a fuga de dois detentos da unidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O caso é inédito no País. 

As novas ações são: 

  • modernização do sistema de monitoramento dos presídios; 
  • uso de reconhecimento facial para presos, visitantes, administradores, autoridades e advogados;
  • ampliação do sistema de alarmes e sensores;
  • nomeação de 80 policiais penais federais aprovados em concurso; e
  • construção de muralhas em todos os presídios federais. 

Atualmente, das cinco unidades de segurança máxima no Brasil, apenas a do Distrito Federal conta com muralhas. 

Em relação à nomeação dos policiais, o ministro ressaltou que parte do contingente será deslocado para Mossoró. Os recursos serão repassados pelo Fundo Penitenciário Nacional.

Em coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira 15, Lewandowski classificou a inédita fuga como um episódio grave e localizado. Segundo ele, “a grande preocupação” da pasta é recapturar os detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, já incluídos nos sistemas de difusão vermelha da Interpol e de Proteção de Fronteiras.

A força-tarefa em ação para encontrar a dupla mobiliza 300 agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e das polícias Civil e Militar. Os agentes também empregam helicópteros e drones.

Ao detalhar a situação, o ministro afirmou que os presos ainda estão em um raio de 15 quilômetros na região do entorno do presídio.

Essa projeção decorre do fato de que, segundo as investigações, nenhum veículo se aproximou da penitenciária e não há registro de furto de veículo na região, cercada por mata fechada.

Com base nessas informações, está descartada, por enquanto, a possibilidade de ajuda externa para fuga dos presos.

Como ocorreu a fuga? 

O ministro relatou que uma reforma executada no presídio é um dos fatores que facilitaram a saída dos detentos.

“O presídio estava passando por uma reforma interna e, então, havia operários lá dentro”, explicou. “Infelizmente, as informações que temos são de que as ferramentas não estavam aprisionadas de forma correta, estavam espalhadas e possivelmente ao alcance das pessoas que realizaram a fuga.”

“Havia defeitos na construção do presídio. Houve uma fuga pela luminária da cela e, ao invés de essa luminária e o entorno estarem protegidos com uma laje de concreto, estavam fechados com um trabalho comum de alvenaria.”

O ministro declarou ainda que, ao entrar em contato com essa área, os detentos tiveram acesso ao local de manutenção, de forma que conseguiram alcançar o teto e fugir.

“Algumas câmeras não estavam funcionando adequadamente, assim como algumas lâmpadas que poderiam detectar alguma fuga não estavam funcionando adequadamente”, prosseguiu. “De quem é essa responsabilidade será objeto das investigações.”

O que foi feito até agora?

No dia da fuga, o ministro da Justiça determinou a revisão de todos os equipamentos e protocolos de segurança nas cinco penitenciárias federais de segurança máxima do País. 

A Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Administração Penitenciária do estado auxiliam as operações de busca.

Lewandowski afastou a direção da penitenciária de Mossoró e nomeou nesta quinta-feira 15 um interventor para comandar a unidade. Também houve a abertura de um inquérito para apurar as circunstâncias da fuga.

Segundo o secretário da Senappen, André Garcia, o resultado da perícia deve sair até esta sexta-feira 16. A expectativa é que, a partir do documento, seja possível confirmar como a fuga de fato aconteceu.

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