Política

Lava Jato pede afastamento de Gilmar Mendes no “caso Paulo Preto”

Integrantes da força-tarefa dizem que ex-senador Aloysio Nunes atuou junto ao ministro para conseguir habeas corpus

Lava Jato pede afastamento de Gilmar Mendes no “caso Paulo Preto”
Lava Jato pede afastamento de Gilmar Mendes no “caso Paulo Preto”
O ministro do STF Gilma Mendes. Foto: Carlos Umberto / SCO / STF
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Integrantes da Operação Lava Jato encaminharam à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, documentos pedindo que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), seja afastado do caso envolvendo Paulo Preto. Segundo o material remetido à PGR, o ex-senador Aloysio Nunes, que está no foco da 60ª fase da Lava Jato, atuou diretamente com Mendes para negociar um habeas corpus em favor daquele que é apontado como o operador do PSDB. 

Nunes fez mais. Em troca de mensagem com o ex-Ministro da Justiça Raul Jungmann, momentos após o deferimento do HC em favor de Paulo Preto, o ex-senador tucano escreveu: “Nosso causídico é foda”.

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Diz o documento da força-tarefa da Lava Jato, divulgado na tarde desta quarta-feira pelo Estadão: “Em fevereiro de 2019, Aloysio Nunes atuou, em interesse próprio e do também investigado Paulo Vieira de Souza, junto ao ministro Gilmar Mendes, valendo-se de relação pessoal com este, para produção de efeitos protelatórios em processo criminal em trâmite na 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo”.

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No habeas corpus concedido por Mendes, e comemorado por Nunes, uma liminar autorizava novas análises de documentos e a possibilidade de inclusão de testemunhas na ação, que já estava nas alegações finais. A Procuradoria recorreu e o ministro volta atrás em sua decisão. Havia o temor por parte de integrantes da Lava Jato de que a nova rodada autorizada por Mendes poderia alongar o processo de Paulo Preto, levando-o à prescrição.

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