Justiça

Lava Jato: Gabriela Hardt se declara suspeita para julgar Tony Garcia

O empresário diz ter sido um ‘agente infiltrado’ responsável por gravar pessoas de forma ilegal a pedido de procuradores e do ex-juiz Sergio Moro

A juíza Gabriela Hardt. Foto: Reprodução
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A juíza Gabriela Hardt, provisoriamente à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), se declarou suspeita nesta segunda-feira 5 para julgar processos contra o empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia.

Garcia diz ter sido um “agente infiltrado” responsável por gravar pessoas de forma ilegal a pedido de procuradores e do ex-juiz Sergio Moro após firmar um acordo de colaboração premiada em 2004.

Uma das autoridades que teriam sido gravadas clandestinamente é o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB).

As supostas ilegalidades foram relatadas a Hardt em 2021, segundo Garcia. No ano seguinte, ela rescindiu o acordo de delação, a pedido do Ministério Público Federal. O teor do depoimento, porém, só foi enviado ao Supremo Tribunal Federal em abril deste ano, pelo juiz Eduardo Appio, afastado da 13ª Vara por decisão preliminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Em nota, Moro nega as acusações de Garcia e afirma se tratar de um “relato mentiroso e dissociado de qualquer amparo na realidade ou em qualquer prova”.

Ao declarar sua suspeição no caso, Hardt afirma ter protocolado no MPF uma representação contra Tony Garcia por crime contra a honra. Assim, segundo ela, há uma suspeição “por motivo superveniente de foro íntimo”.

A juíza também questionou ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região se deve, mesmo assim, comandar uma audiência com Garcia agendada para a próxima sexta-feira 9 ou se a Corte designará um substituto.

Gabriela Hardt reassumiu os processos da Lava Jato após o TRF-4 afastar Appio. Em 2018, ela também substituiu Moro, quando o então magistrado se licenciou do cargo para assumir o Ministério da Justiça e da Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL).

A defesa de Tony Garcia já havia protocolado uma arguição de suspeição contra a magistrada. Um dos argumentos era de que Hardt agiu “de forma atabalhoada e suspeita” contra o empresário.

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