Política
Jornalistas desmentem Bolsonaro e mostram evidências de que imóveis foram comprados com dinheiro vivo
Segundo reportagem do UOL, diversos documentos públicos apontam expressões como “dinheiro vivo”, “depósito em espécie” para demonstrar forma de pagamento
Uma reportagem assinada pelos colunistas do UOL Juliana Dal Piva e Thiago Herdy divulgou documentos que evidenciariam o uso de dinheiro vivo na compra de pelo menos 51 imóveis em nome do clã Bolsonaro.
A divulgação dos documentos vem depois que uma propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro (PL) tentou desmoralizar matéria que revela o esquema – que apesar de não ser ilegal, levanta suspeitas sobre o presidente e seus familiares.
Segundo a peça publicitária, o portal teria confundido deliberadamente o uso da expressão “moeda corrente nacional” com uso de dinheiro vivo ao reportar as transações imobiliárias.
A mesma afirmação foi feita pelo ex-capitão em entrevista à Jovem Pan na última terça-feira 6. Segundo o presidente, “[em] qualquer escritura está escrito moeda corrente”.
No entanto, levantamentos feitos pelo portal contradizem o alegado por Bolsonaro. Dos 107 imóveis adquiridos pela família, 51 tiveram pagamento total ou parcial em espécie.
Destes, 17 são alvos de investigações do Ministério Público do estado do Rio de Janeiro em procedimentos que apuram esquema de rachadinha nos gabinetes de Carlos e Flávio Bolsonaro.
Provimentos das Corregedorias Gerais de Justiça de SP e do Rio determinam que no ato de lavratura de contratos de compra e venda de bens conste “declaração de que foi pago em dinheiro ou em cheque, no todo ou em parte, discriminando, neste caso, valor, número e banco contra o qual foi sacado”.
Diversos documentos constam os termos “moeda contada e achada certa” ou “em espécie” para precisar o modo de pagamento dos imóveis.
Além dos documentos, os jornalistas também entrevistaram vendedores e cartorários para confirmar as informações.
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